São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2000
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VISITA Líder da extrema direita da Áustria diz que papa estava feliz Apesar de protestos, Papa recebe Haider
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O papa João Paulo 2º, ignorando vários protestos, recebeu ontem no Vaticano o líder da extrema direita austríaca Joerg Haider. Segundo uma testemunha presente ao encontro, um funcionário do Vaticano deu a Haider a mensagem do papa contra a xenofobia e o racismo preparada para o Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro. O papa permaneceu cerca de quatro minutos conversando em particular com Haider e o bispo da Província da Caríntia (governada por Haider), Egon Kapellari, no canto de um salão dos aposentos papais antes de receber uma delegação de 250 pessoas da Província austríaca. Haider apertou a mão do papa e depois se ajoelhou para beijar seu anel papal. A delegação esteve no Vaticano para fazer uma inauguração simbólica da tradicional árvore de Natal erguida no centro da Praça de São Pedro. Este ano a árvore foi doada pela Província da Caríntia, governada pelo polêmico Haider. Antes de deixar o salão do encontro com Haider, o papa sinalizou para que o funcionário do Vaticano entregasse sua mensagem contra o racismo ao líder austríaco. Haider já elogiou políticas econômicas de Hitler e homenageou veteranos da SS (tropa de elite nazista) pela "bravura e coragem". Ele e seu Partido da Liberdade (PL) defendem políticas xenófobas. A entrada do PL no governo austríaco, no início deste ano, causou protestos em vários países e gerou sanções contra a Áustria por parte da União Européia. Protestos Grupos judaicos e de esquerda, Israel e associações de veteranos da Segunda Guerra Mundial (1939-45) vêm protestando nos últimos dias em Roma contra a presença de Haider na cidade e o encontro com o papa. O austríaco irritou o governo e políticos italianos ao criticar a política de imigração do país, que ele chamou de muito permissiva. Questionado pelos repórteres após o encontro com o papa se o tema da imigração havia sido discutido, Haider disse: "Não, nós falamos sobre coisas pessoais. Conversamos sobre alguns assuntos concernentes aos problemas do mundo". "Eu acho que o papa quer deixar bem claro que ele está bastante feliz por nos ter aqui. Nós doamos a árvore de Natal, e isso é o mais importante porque nós não queremos misturar nossa audiência com atividade política", afirmou o governador austríaco. Texto Anterior: Saiba mais: Tocqueville foi um dos maiores filósofos europeus Próximo Texto: Panorâmica - Armas: EUA e Rússia fazem acordo sobre disparos Índice |
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