São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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ENTREVISTA

"Plano é blindar a revolução rumo a 2012"

DE CARACAS

Para Oscar Schemel, diretor do instituto de pesquisas venezuelano Hinterlaces, a ofensiva legislativa de Hugo Chávez é parte de uma estratégia para blindar a "revolução" rumo a 2012.0 (FM)

 

Folha - O que Chávez busca com esse pacote de leis?
Oscar Schemel -
É parte de uma estratégia que o governo vem seguindo desde 2007, depois da derrota do referendo constitucional. O governo vinha se preparando para ser minoria. Nos seus documentos internos, chamam de "grande guerra pátria". O objetivo é blindar a "revolução", rumo a 2012.
Chávez ainda é muito popular, mas está vulnerável, então a questão é impedir a atuação da oposição, restringir seus espaços, para que não se transforme numa alternativa. A Assembleia será um palco sem prerrogativas.

E como vai a popularidade de Chávez?
Chávez subiu sete pontos em avaliação positiva em relação ao que tinha durante as eleições, em setembro: passou de 42% a 49%. O governo "relançou" a gestão, prometeu um programa de habitação, puniu construtoras privadas que fraudavam famílias de classe média.
Desde a eleição, Chávez nunca deixou a TV. Com muita frequência tem convocado cadeias nacionais.
Mas há um problema de ineficiência estrutural, que o governo não vai conseguir resolver. Em um par de meses, a popularidade deve cair de novo.

O que esperar da oposição?
A lei habilitante já se vinha comentando há uns meses. E eles atuam como se tivessem sido pegos de surpresa... A oposição segue desconectada, sem agenda ou estratégia. Com respostas muito reativas.
É favorecida pelo desgaste do governo e pelos erros do presidente. Chávez ainda é o único que fala aos setores populares, e o que se avalia são suas intenções, seu coração, seu amor pelo povo, o sacrifício. É brega, mas funciona.


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