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AS CRISES
Congressistas negociam adiar a votação na Câmara sobre a destituição do presidente, prevista para hoje
Ataque ajuda Clinton contra impeachment
MARCELO DIEGO
de Nova York
O ataque ao Iraque pode dar
mais tempo para o presidente Bill
Clinton tentar convencer congressistas a votar contra o impeachment. A Casa Branca se recusa a
admitir uma possível derrota na
Câmara.
Segundo a rede de TV CNN, democratas (partido do governo) e
republicanos (oposição) acertaram ontem adiar a votação do impeachment devido ao ataque norte-americano ao Iraque. A votação
está prevista para hoje.
O adiamento foi debatido numa
reunião entre o republicano Bob
Livingston, futuro presidente da
Câmara, e Dick Gerphardt, líder da
minoria democrata. Nenhum
anúncio oficial foi feito até o fechamento desta edição, mas participantes da reunião davam como
certo o adiamento.
"Seria estranho ter de decidir o
destino do presidente durante um
bombardeio no Iraque", disse o
presidente da Comissão de Justiça
da Câmara, Henry Hyde.
O porta-voz da Casa Branca, Joe
Lockhart, negou que a ação militar
tenha relação com o processo de
impeachment. "A decisão do presidente é tomada após ouvir o
Conselho de Segurança da ONU."
Segundo a agência de notícias
"Reuters", assessores da Casa
Branca disseram que o presidente
pode fazer hoje um discurso de última hora pedindo que a Câmara
rejeite as acusações contra ele.
Mais quatro deputados anunciaram ontem que votarão contra
Clinton. Desde segunda-feira, 15
congressistas passaram de indecisos a favoráveis ao impeachment.
Apesar disso, a Casa Branca ainda acredita que há indecisos o suficiente para determinar o resultado
final da votação.
O presidente passou a manhã
reunido com conselheiros militares. À tarde, recebeu deputados.
O processo de impeachment é
composto de quatro artigos, votados em separado. Dois acusam o
presidente de falso testemunho,
um de obstrução de Justiça e outro
de abuso de poder. Clinton foi investigado por seu relacionamento
com Monica Lewinsky (ex-estagiária da Casa Branca).
Como as votações são separadas,
democratas e republicanos não
têm uma idéia precisa sobre quantos votos têm na mão. Há 25 indecisos -e os democratas precisariam de 18 ou 19 votos entre eles.
Para ser aprovado na Câmara, o
impeachment requer 218 votos. A
casa tem 228 republicanos, 206 democratas e 1 independente.
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