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IMPASSE
Trabalhistas rejeitam proposta de aliança com Netanyahu; eleições devem ser antecipadas
Oposição de Israel não aceita pacto
das agências internacionais
O primeiro-ministro de Israel,
Binyamin Netanyahu, propôs um
governo de união nacional ao Partido Trabalhista (oposição), que
recusou a oferta. Netanyahu deve
convocar eleições antecipadas em
consequência da crise que seu governo está enfrentando.
As eleições gerais para escolher
os membros do Parlamento e o
primeiro-ministro estão previstas
para o ano 2000.
Netanyahu disse que, se houvesse eleições antecipadas, o processo
de paz com os palestinos seria congelado. Os EUA criticaram a suspensão da retirada israelense de
parte da Cisjordânia ocupada e
afirmaram que o acordo de paz
"foi aprovado pelo governo israelense e pelo Knesset (Parlamento)"
e "deve ser implementado".
Apesar da visita do presidente
Clinton à região (de 12 a 15 de dezembro), Netanyahu declarou que
não faria a retirada prevista para
amanhã pelo acordo de paz de
Wye Plantation, firmado nos EUA
em 23 de outubro. O premiê acusa
os palestinos de não cumprirem
seus compromissos.
Ehud Barak (Partido Trabalhista), líder da oposição israelense,
disse que "só pode haver eleições,
não pode haver união nacional"
com a direita (Netanyahu é do Likud, partido direitista).
Barak disse que Netanyahu deve
tentar unir-se à extrema direita antes das eleições antecipadas para
concorrer ao cargo novamente.
O premiê israelense, ameaçado
por uma moção de censura no Parlamento, a ser votada na segunda-feira, "decidiu convocar eleições
em maio ou junho", segundo fontes próximas ao governo.
Seria necessária uma maioria no
Parlamento (61 deputados dos 120
deputados) para aprovar a moção.
Se o governo de Netanyahu caísse
na segunda-feira, como consequência da moção de censura, as
eleições gerais teriam de ser realizadas em no máximo 60 dias.
Mas Barak, líder da oposição, declarou que "uma data conveniente
(para as eleições) seria nos meados
de junho".
Netanyahu poderia optar pelo
mês de maio ou até antes, com o
objetivo de bloquear o processo de
paz e impedir que os palestinos
proclamem um Estado independente em maio. Arafat ameaçou
várias vezes declarar um Estado
palestino nessa data.
O ministro das Finanças de Israel, Yaakov Neeman, anunciou
oficialmente sua renúncia ontem.
Segundo a imprensa israelense, o
ministro da Defesa, Yitzhak Mordechai, também deve abandonar o
cargo. Em dois anos e meio, três
ministros renunciaram: Benny Begin (Ciências), Dan Meridor (Finanças) e David Levy (Relações
Exteriores).
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