São Paulo, quinta, 17 de dezembro de 1998

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IMPASSE
Trabalhistas rejeitam proposta de aliança com Netanyahu; eleições devem ser antecipadas
Oposição de Israel não aceita pacto

das agências internacionais

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, propôs um governo de união nacional ao Partido Trabalhista (oposição), que recusou a oferta. Netanyahu deve convocar eleições antecipadas em consequência da crise que seu governo está enfrentando.
As eleições gerais para escolher os membros do Parlamento e o primeiro-ministro estão previstas para o ano 2000.
Netanyahu disse que, se houvesse eleições antecipadas, o processo de paz com os palestinos seria congelado. Os EUA criticaram a suspensão da retirada israelense de parte da Cisjordânia ocupada e afirmaram que o acordo de paz "foi aprovado pelo governo israelense e pelo Knesset (Parlamento)" e "deve ser implementado".
Apesar da visita do presidente Clinton à região (de 12 a 15 de dezembro), Netanyahu declarou que não faria a retirada prevista para amanhã pelo acordo de paz de Wye Plantation, firmado nos EUA em 23 de outubro. O premiê acusa os palestinos de não cumprirem seus compromissos.
Ehud Barak (Partido Trabalhista), líder da oposição israelense, disse que "só pode haver eleições, não pode haver união nacional" com a direita (Netanyahu é do Likud, partido direitista).
Barak disse que Netanyahu deve tentar unir-se à extrema direita antes das eleições antecipadas para concorrer ao cargo novamente.
O premiê israelense, ameaçado por uma moção de censura no Parlamento, a ser votada na segunda-feira, "decidiu convocar eleições em maio ou junho", segundo fontes próximas ao governo.
Seria necessária uma maioria no Parlamento (61 deputados dos 120 deputados) para aprovar a moção. Se o governo de Netanyahu caísse na segunda-feira, como consequência da moção de censura, as eleições gerais teriam de ser realizadas em no máximo 60 dias.
Mas Barak, líder da oposição, declarou que "uma data conveniente (para as eleições) seria nos meados de junho".
Netanyahu poderia optar pelo mês de maio ou até antes, com o objetivo de bloquear o processo de paz e impedir que os palestinos proclamem um Estado independente em maio. Arafat ameaçou várias vezes declarar um Estado palestino nessa data.
O ministro das Finanças de Israel, Yaakov Neeman, anunciou oficialmente sua renúncia ontem. Segundo a imprensa israelense, o ministro da Defesa, Yitzhak Mordechai, também deve abandonar o cargo. Em dois anos e meio, três ministros renunciaram: Benny Begin (Ciências), Dan Meridor (Finanças) e David Levy (Relações Exteriores).



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