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GUERRA DOS SEXOS
Artefato atiçaria "desejo homossexual"
Laboratório propõe "bomba gay" para combater inimigos dos EUA
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um laboratório militar americano sugeriu a criação de uma
"bomba gay": a produção de uma
substância química capaz de produzir no inimigo intenso desejo
sexual, de preferência homossexual, e com isso debilitar o seu
moral combatente.
Não, não se trata de uma daquelas notícias de 1º de abril que a imprensa britânica publica. Trata-se
de um relatório interno do Pentágono, obtido por uma ONG que
combate armas biológicas, o Projeto Brilho do Sol ("Sunshine Project"). O documento, de um laboratório da base aérea Wright Patterson, em Ohio, sugere a criação
de substâncias para atrair insetos,
roedores e "criaturas agressivas"
para importunar o inimigo.
A agência Reuters procurou ontem o Departamento da Defesa
dos EUA para falar sobre o documento, obtido por meio de um
pedido judicial baseado na legislação de liberdade de informação.
Um porta-voz do Pentágono, o
tenente-coronel Barry Venable,
declarou que a sugestão ocorreu
em uma reunião, mas que tinha
sido rejeitada logo de cara.
Os militares americanos têm
complexo aparato de pesquisa de
armas químicas, biológicas e
"não-letais" -que incapacitam o
inimigo temporariamente. O documento, de 94, tem três páginas e
pode ser obtido no site
www.sunshine-project.org.
A "bomba gay" faria parte da
categoria de substâncias capazes
de "afetar o comportamento humano de modo que a disciplina e
o moral das unidades inimigas seja afetado adversamente".
"Um exemplo desagradável,
mas completamente não-letal, seriam afrodisíacos fortes, especialmente se a substância química
também causasse comportamento homossexual", diz o texto.
Além de a noção de "afrodisíaco" ser cientificamente discutível,
não se conhece substância ou
mesmo processos biológicos capazes de mudar a opção sexual.
O sistema de pesquisa e desenvolvimento militar americano é
um organismo inchado, de onde
surgem propostas tanto revolucionárias como alucinadas. Na intervenção americana no Vietnã
(1965-1973), o sistema chegou a
criar um "farejador de urina" para tentar localizar guerrilheiros na
selva. Na Guerra do Golfo (1991)
foi produzido um chocolate capaz
de resistir ao calor do deserto.
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