São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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"Não faz mais sentido manter a disputa", diz dirigente democrata

DO ENVIADO ESPECIAL A WISCONSIN

Trinta por cento dos votos eram o mínimo que Howard Dean e John Edwards deveriam obter para pensar em se manter na disputa, segundo avaliação de Seth Boffeli, diretor do Partido Democrata em Wisconsin, feita à Folha antes da votação de ontem. (FCz)

Folha - Uma nova vitória de John Kerry em Wisconsin acaba de vez com as chances dos adversários?
Seth Boffeli -
Isso parece inevitável. Não faz sentido continuar uma disputa partidária com um quadro tão definido. Se Dean e Edwards ficarem abaixo dos 30% dos votos, será mais do que um sinal claro para que desistam. Se ficarem próximos de 20%, como indicam as últimas pesquisas, as candidaturas tornam-se totalmente insustentáveis.

Folha - Após Wisconsin, apenas 25% dos delegados do partido terão sido escolhidos. Há pressão da cúpula para que haja uma definição antecipada?
Boffeli -
Não é segredo nenhum que o partido quer uma definição rápida. E o quadro todo parece bastante favorável a Kerry. Ele se viabilizou muito rapidamente, e seus adversários passaram ao segundo plano com igual velocidade. Não faz sentido manter daqui em diante uma disputa que queimará um dinheiro que poderá faltar mais adiante.
Mesmo sem ver muitas chances, ainda há gente interessada em continuar financiando a candidatura Dean, por exemplo, e isso dispersa as energias do partido. O melhor agora seria uma conclusão rápida, que evitaria desgastes e ainda alguns possíveis ataques entre os pré-candidatos.

Folha - Dean já deu sinais de que pode desistir, mas Edwards afirma que fica até a ""superterça".
Boffeli -
Essa é uma decisão pessoal, mas creio que o quadro já esteja claro o suficiente para que os pré-candidatos tomem a decisão mais acertada, especialmente depois da primária de Wisconsin.
Se Edwards considerar que ainda tem chances, é a sua decisão. O fato, porém, é que o momento é de Kerry e ele próprio já abandonou a corrida democrata há tempos para se concentrar em Bush.


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