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"Não faz mais sentido manter a disputa", diz dirigente democrata
DO ENVIADO ESPECIAL A WISCONSIN
Trinta por cento dos votos eram
o mínimo que Howard Dean e
John Edwards deveriam obter para pensar em se manter na disputa, segundo avaliação de Seth Boffeli, diretor do Partido Democrata
em Wisconsin, feita à Folha antes
da votação de ontem.
(FCz)
Folha - Uma nova vitória de John
Kerry em Wisconsin acaba de vez
com as chances dos adversários?
Seth Boffeli - Isso parece inevitável. Não faz sentido continuar
uma disputa partidária com um
quadro tão definido. Se Dean e
Edwards ficarem abaixo dos 30%
dos votos, será mais do que um sinal claro para que desistam. Se ficarem próximos de 20%, como
indicam as últimas pesquisas, as
candidaturas tornam-se totalmente insustentáveis.
Folha - Após Wisconsin, apenas
25% dos delegados do partido terão sido escolhidos. Há pressão da
cúpula para que haja uma definição antecipada?
Boffeli - Não é segredo nenhum
que o partido quer uma definição
rápida. E o quadro todo parece
bastante favorável a Kerry. Ele se
viabilizou muito rapidamente, e
seus adversários passaram ao segundo plano com igual velocidade. Não faz sentido manter daqui
em diante uma disputa que queimará um dinheiro que poderá faltar mais adiante.
Mesmo sem ver muitas chances,
ainda há gente interessada em
continuar financiando a candidatura Dean, por exemplo, e isso
dispersa as energias do partido. O
melhor agora seria uma conclusão rápida, que evitaria desgastes
e ainda alguns possíveis ataques
entre os pré-candidatos.
Folha - Dean já deu sinais de que
pode desistir, mas Edwards afirma
que fica até a ""superterça".
Boffeli - Essa é uma decisão pessoal, mas creio que o quadro já esteja claro o suficiente para que os
pré-candidatos tomem a decisão
mais acertada, especialmente depois da primária de Wisconsin.
Se Edwards considerar que ainda tem chances, é a sua decisão. O
fato, porém, é que o momento é
de Kerry e ele próprio já abandonou a corrida democrata há tempos para se concentrar em Bush.
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