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AMÉRICA LATINA
Mais uma cidade cai em poder de rebeldes
França sugere intervir no Haiti; governo brasileiro prefere cautela
NEWTON CARLOS
ESPECIAL PARA A FOLHA
A Haiti Press Network revela
que os chanceleres da França e do
Brasil, Dominique de Villepin e
Celso Amorim, conversaram por
telefone sobre como contribuir
para estabilizar "certos países",
como Guiné-Bissau e Haiti.
Enviado pela França ao Haiti,
Régis Debray, antigo entusiasta
da Revolução Cubana, fez um relatório em que considera uma intervenção necessária, já que um
governo de transição terá de contar com proteção. Falar em governo de transição significa decretar,
por antecipação, a queda do governo constitucional.
Ontem, mais uma cidade, Hinche, caiu em poder de rebeldes. O
governo haitiano disse que um
golpe de Estado está em curso e
pediu ajuda internacional para
restabelecer a ordem, rompida
desde o último dia 5.
O secretário de Estado americano, Colin Powell, já se disse contrário à destituição de Jean-Bertrand Aristide e afirmou que "não
é o momento" de enviar uma força ao país. Washington não se
sentiria "confortável" com intervenção francesa em área de sua
influência, embora o Haiti seja ex-colônia da França. Villepin já fala
claramente da possibilidade de
envio de tropa de paz. "Temos a
capacidade de intervir, e muitos
países amigos se dispõem a isso",
disse. Estaria se referindo à conversa com Amorim? Segundo a
Haiti Press Network, o brasileiro
teria sido extremamente cauteloso, lembrando que a maioria dos
países da América Latina já se manifestou contra a quebra da ordem constitucional.
Talvez por isso a oposição política a Aristide, não as gangues armadas, tenha passado a exigir que
uma renúncia "constitucional".
Newton Carlos é jornalista e analista de
questões internacionais
Colaborou a Redação
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