São Paulo, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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EUA mandarão alto diplomata a Cuba

Número 2 da Chancelaria americana para a região encabeçará rodada de conversas sobre migração com Havana amanhã

Craig Kelly é o funcionário mais graduado dos EUA a visitar a ilha em décadas; governo de Barack Obama busca distensionar relação


DA REDAÇÃO

O governo dos EUA confirmou ontem que o subsecretário-adjunto de Estado para a América Latina, Craig Kelly, participará amanhã em Havana de uma nova rodada de conversas sobre migração com Cuba.
"As conversas se centrarão em como promover da melhor maneira uma política migratória segura, legal e ordenada" entre os países, apontou nota do Departamento de Estado.
Número dois do Departamento de Estado americano para o hemisfério Ocidental, Kelly é o funcionário mais graduado da Chancelaria americana a pisar a ilha em décadas. Encabeçará delegação integrada por representantes dos órgãos de governo responsáveis pela política migratória.
EUA e Cuba retomaram em julho passado, no âmbito da ONU, conversas sobre migração, que estavam interrompidas desde 2003. Depois desse primeiro encontro em Nova York, a intenção dos países era promover uma nova rodada de conversas em dezembro, o que acabou não ocorrendo.
Desde sua posse, em janeiro de 2009, o governo Barack Obama vem procurando melhorar o trato com Cuba -os países não têm relações diplomáticas desde 1962, quando Washington estabeleceu embargo econômico contra a ilha sob governo comunista.
Em abril, Obama flexibilizou restrições a viagens e ao envio de remessas a Cuba por cubano-americanos, em gesto de distensão com Havana. Mesmo sem alterar regras para outros tipos de viagens, o fluxo inverso, de visitantes cubanos aos EUA, entrou em alta sob Obama -cresceu 52% em 2009 em relação ao ano anterior.
A partir dessa medida, o Departamento de Estado, por meio do então secretário-adjunto para Américas Latina, Thomas Shannon (atual embaixador no Brasil), manteve reuniões em Washington com um representante do governo de Raúl Castro.
Em maio, Cuba aceitou retomar conversas sobre migração e serviços postais diretos entre os países, suspensos desde 1963. Contatos que começaram em setembro, quando a então responsável por Cuba no Departamento de Estado, Bisa Williams, viajou a Cuba.
Recentemente, o número um da diplomacia americana para a América Latina, Arturo Valenzuela, disse que os EUA estão dispostos a ampliar o diálogo com Cuba e incluir outros temas na agenda além de migração e serviços postais.
O governo Obama, contudo, já deixou claro que considera com "calma" a aproximação com Cuba, porque não busca, neste momento, uma "mudança súbita" nas relações.

Com agências internacionais



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