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Alba é pró-negociação de Itaipu, diz Lugo
Nota do Paraguai turbina apoio do bloco liderado por Chávez à revisão da dívida de usina, rejeitada pelo Brasil
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A PORT OF SPAIN
A pouco dias de um encontro
bilateral com o presidente Lula, o paraguaio Fernando Lugo
diz ter obtido o "acompanhamento solidário" da Venezuela
e dos demais países da Alba (Alternativa Bolivariana para as
Américas) para rever o Tratado
da usina de Itaipu com o Brasil.
Em discurso, o paraguaio afirmou ainda que o bloco liderado
por Chávez é um modelo melhor do que o Mercosul porque
"crê na integração entre povos
de igual para igual".
"Os países da Alba manifestaram o seu interesse em acompanhar solidariamente o Paraguai nas negociações que conduz atualmente com Brasil",
diz a nota distribuída pela Presidência paraguaia.
O documento da Alba, porém, não é tão explícito quanto
a nota paraguaia sobre ele -fala apenas em apoiar "a proposta
do Paraguai de avançar na integração regional energética no
Cone Sul do continente".
Presente na condição de convidado, Lugo viajou à cúpula da
Alba, realizada em Cumaná
(400 km a leste de Caracas)
com o objetivo de conseguir
apoio em sua principal promessa de campanha, conseguir um
melhor acordo sobre Itaipu do
ponto de vista paraguaio.
Além da Venezuela, participam da Alba: Bolívia, Honduras, Venezuela, Dominica, Cuba e, desde ontem, o caribenho
São Vicente e Granadinas.
O presidente paraguaio não
manifestou interesse em ingressar na Alba, mas não poupou elogios: disse que o bloco
"será o impulso na construção
da nova América Latina".
Segundo o jornal "ABC Color", Lugo também quer levar o
tema de Itaipu à Cúpula das
Américas, aonde chegou ontem, vindo da Venezuela.
A movimentação diplomática de Lugo ocorre às vésperas
de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
para discutir o tema, no próximo dia 29. O governo brasileiro
tem se recusado a renegociar o
contrato e planeja oferecer um
financiamento do BNDES de
até US$ 1 bilhão ao Paraguai.
Mas assessores de Lugo já se
disseram contrários à ideia e
mantém a exigência inicial.
Lugo venceu as eleições em
2008 prometendo contestar o
montante da dívida paraguaia
contraída com o Brasil para a
construção da hidrelétrica e
quer liberdade para vender a
energia a outros países além do
Brasil, o que está proibido pelas
regras atuais.
Recentemente, Lugo obteve
apoio do colega equatoriano,
Rafael Correa, para reabrir o
Tratado de Itaipu.
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