|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁFRICA
Acordo prevê afastamento do presidente Charles Taylor
Com aval americano, governo da Libéria e rebeldes assinam trégua
DA REDAÇÃO
O governo da Libéria e os rebeldes assinaram um cessar-fogo ontem, o que pode significar o fim de um dos conflitos mais sangrentos da costa oeste africana. O
acordo também prevê a negociação de um governo provisório,
sem a presença do presidente
Charles Taylor. Representantes
dos EUA, da União Européia, da
Nigéria e de Gana assinaram o documento como testemunhas.
O anúncio do acordo fez com
que uma multidão celebrasse nas
ruas de Monróvia, a capital liberiana. Mesmo assim, há dúvidas
sobre Taylor -que tem rotineiramente rompido acordos durante
14 anos de conflitos internos-
aceitar sair do poder sem criar resistência.
O documento prevê que o governo da Libéria, os rebeldes e os
partidos políticos "busquem,
dentro de 30 dias, um amplo acordo de paz; entre os outros temas,
o acordo abrange (...) a formação
de um governo transitório, que
não incluirá o atual presidente".
"Apoiamos o objetivo de formar, nos próximos 30 dias, um
governo interino que não inclua o
presidente Taylor", disse o porta-voz do Departamento de Estado
dos EUA, Philip Reeker.
O ministro da Defesa, Daniel
Chea, que assinou o cessar-fogo
em nome do governo, disse, no
entanto que, pelo acordo, Taylor
poderia cumprir o seu mandato
até o fim, em janeiro de 2004.
Os rebeldes, que controlam dois
terços do país e neste mês se aproximaram de Monróvia, exigem
que ele saia antes. O país está em
guerra civil há três anos.
No início deste mês, Taylor foi
indiciado por uma corte patrocinada pela ONU por supostos crimes contra a humanidade em Serra Leoa, que enfrenta guerra
civil. Durante dez anos, ele deu
apoio a grupos rebeldes ao governo do país vizinho.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Custo de guerra: Gastos militares aumentam 6% em 2002 Próximo Texto: Panorâmica - Peru: Violência matou até 60 mil entre 1980 e 2000 Índice
|