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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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ÁFRICA

Acordo prevê afastamento do presidente Charles Taylor

Com aval americano, governo da Libéria e rebeldes assinam trégua

DA REDAÇÃO

O governo da Libéria e os rebeldes assinaram um cessar-fogo ontem, o que pode significar o fim de um dos conflitos mais sangrentos da costa oeste africana. O acordo também prevê a negociação de um governo provisório, sem a presença do presidente Charles Taylor. Representantes dos EUA, da União Européia, da Nigéria e de Gana assinaram o documento como testemunhas.
O anúncio do acordo fez com que uma multidão celebrasse nas ruas de Monróvia, a capital liberiana. Mesmo assim, há dúvidas sobre Taylor -que tem rotineiramente rompido acordos durante 14 anos de conflitos internos- aceitar sair do poder sem criar resistência.
O documento prevê que o governo da Libéria, os rebeldes e os partidos políticos "busquem, dentro de 30 dias, um amplo acordo de paz; entre os outros temas, o acordo abrange (...) a formação de um governo transitório, que não incluirá o atual presidente".
"Apoiamos o objetivo de formar, nos próximos 30 dias, um governo interino que não inclua o presidente Taylor", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Philip Reeker.
O ministro da Defesa, Daniel Chea, que assinou o cessar-fogo em nome do governo, disse, no entanto que, pelo acordo, Taylor poderia cumprir o seu mandato até o fim, em janeiro de 2004.
Os rebeldes, que controlam dois terços do país e neste mês se aproximaram de Monróvia, exigem que ele saia antes. O país está em guerra civil há três anos.
No início deste mês, Taylor foi indiciado por uma corte patrocinada pela ONU por supostos crimes contra a humanidade em Serra Leoa, que enfrenta guerra civil. Durante dez anos, ele deu apoio a grupos rebeldes ao governo do país vizinho.


Com agências internacionais


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