São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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DROGAS

Levantamento de agência da ONU vê avanços na Colômbia e no Peru

Plantio de coca cai 20% em 5 anos

DA REDAÇÃO

A ONU anunciou ontem que o cultivo de coca caiu 20% entre 1998 e 2003 nos três principais países produtores de cocaína -Colômbia, Peru e Bolívia.
De acordo com relatório da agência das Nações Unidas para as drogas, em 2003 a área usada para o plantio de coca nos três países caiu para 153,8 mil hectares -o menor número em 14 anos. A produção de cocaína de 2003 pode chegar a 655 toneladas.
"A importância de um declínio consistente no cultivo da coca na região andina não pode ser superestimada. Para sustentar essa tendência, precisamos convencer os plantadores de coca, e não somente forçá-los, a abandonar a atividade ilegal com o oferecimento de alternativas sustentáveis de subsistência", disse em Viena Antonio Maria Costa, diretor do Escritório da ONU para Drogas e Crimes.
Costa alertou que os países onde há consumo da droga também precisam se empenhar para garantir a queda do cultivo. "A produção é determinada pela demanda. O problema global da cocaína não vai ser resolvido sem que os países consumidores reduzam o vício", afirmou.
John Walters, responsável pela política de controle das drogas nos EUA, disse que seu país está reduzindo a demanda.
Segundo Walters, nos últimos dois anos houve um declínio de 11% no consumo de cocaína entre os jovens.
Christina Albertin, chefe da seção para a América Latina e o Caribe da agência da ONU, afirmou que a queda no plantio aconteceu em razão de iniciativas que visam dar alternativas aos agricultores. "Somente 5% das famílias de agricultores são dependentes de plantações ilegais nos três países andinos", disse Albertin.
A Colômbia, que em 2002 produziu estimados 75% de toda a cocaína do mundo, teve no ano passado uma área de cultivo de 86 mil hectares, uma redução de 16% -o menor nível desde 1997.
No Peru, a queda foi de 13%, para 44,2 mil hectares. Na Bolívia, o plantio de coca tomou 23,6 mil hectares.
Como a agência não tem dados de 2002 para a Bolívia, não pôde fazer uma comparação precisa. Acredita, no entanto, que houve uma ligeira expansão.
Ao contrário do governo dos EUA, cujos números são baseados apenas em fotos aéreas e imagens de satélite, as estatísticas da ONU são produzidas também com checagens locais e em colaboração com os países.
O governo dos EUA, que apóia as ações de Bogotá contra o narcotráfico e os grupos armados colombianos, pediu que o Congresso aprove o aumento de ajuda ao país sul-americano.
"O governo [do presidente Álvaro Uribe] é forte e efetivo e tem grande apoio popular. Não vemos com freqüência uma convergência de fatores que tornem possível uma perturbação tão grande e permanente para a indústria de drogas ilícitas", disse John Walters ao Congresso dos EUA.


Com agências internacionais


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