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EUA apontam novos abusos no Iraque
Relatório do Pentágono indica alimentação insuficiente de presos e interrogatórios a baixas temperaturas, diz o "Times"
General Richard Formica
não pede indiciamento dos
militares responsáveis; já
são 18 os inquéritos que
acusam tropas americanas
DA REDAÇÃO
Estudo concluído pelo Pentágono indica que militares
americanos no Iraque usaram
contra prisioneiros "métodos
não autorizados" de interrogatório, como alimentação insuficiente e a tortura pelo frio.
O documento, publicado ontem pelo "New York Times",
relata casos ocorridos durante
os quatro primeiros meses de
2004 e conclui um pacote de
inquéritos que também relataram abusos no Afeganistão e
em Guantánamo (Cuba).
As investigações foram chefiadas pelo general Richard
Formica e se referem às atividades dos contingentes de operações especiais, que têm maior
autonomia de atuação.
Segundo Formica, os prisioneiros que não "cooperavam"
com seus interrogantes eram
alimentados apenas com pão e
água. Um deles, de identidade
não revelada, foi submetido ao
regime por 17 dias seguidos.
Outros presos eram fechados
por até sete dias em compartimentos minúsculos, em que
não podiam ficar de pé ou se
deitar, e com aparelhos de som
no volume máximo para não
deixá-los dormir.
O documento também indica
que outros suspeitos eram despidos, tinham o corpo molhado
com água fria e eram interrogados em salas refrigeradas pelo
ar condicionado.
Apesar de seu relato, o general Formica não pede o indiciamento dos implicados. Afirma,
por exemplo, que 17 dias a pão e
água é "excessivo", mas insuficiente para provocar deficiências de vitaminas e proteínas.
A agência Reuters relata que,
desde maio de 2003, quando da
invasão liderada pelos Estados
Unidos, já foram denunciados
18 casos coletivos de abusos e
torturas. O mais ruidoso envolveu, em 2004, as torturas na
penitenciária de Abu Ghraib.
Em outra reportagem, o
"New York Times" qualifica de
"propositalmente ambíguas" as
investigações militares sobre a
morte de 24 civis iraquianos,
em novembro do ano passado,
na cidade de Haditha.
O jornal, com base em dezena de testemunhos, diz haver
uma operação destinada a não
responsabilizar os fuzileiros
navais envolvidos.
Recrudescimento
Ao menos 43 pessoas morreram ontem em dez explosões
ocorridas sobretudo em Bagdá,
onde sete atentados no espaço
de cinco horas comprovam o
insucesso da operação para tornar a capital mais segura. Foi
um dos dias mais violentos no
Iraque desde a morte do líder
da Al Qaeda no país, Abu Musab al Zarqawi, 11 dias atrás.
O insucesso já fora demonstrado anteontem, pela explosão
que matou 13 na mais importante mesquita xiita da cidade.
Entre os ataques de ontem há
a explosão de um carro-bomba
que estava sendo guinchado.
Quatro pessoas morreram e pelo menos outras 15 ficaram feridas. Um soldado norte-americano morreu e dois outros estão desaparecidos após um ataque da insurgência.
Com agências internacionais
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