São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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ANÁLISE

Medida é um gesto simbólico para acalmar pressão externa

DO "INDEPENDENT"

Nesta semana, Tony Blair, o enviado do Quarteto ao Oriente Médio, saiu de uma reunião com Binyamin Netanyahu declarando que o primeiro-ministro israelense estava pronto a adotar um regime de bloqueio completamente novo na faixa de Gaza.
Os israelenses passariam a permitir a entrada de todos os bens civis exceto os especificamente proibidos, em lugar de, como agora, proibir todos os bens exceto os especificamente autorizados.
Ontem, o gabinete israelense aprovou uma liberação do bloqueio que fica muito aquém do anunciado. A gama de bens permitidos será expandida, mas o regime básico de controle permanece.
É claro que poucos negociadores além de Blair teriam acreditado que o governo de Israel realmente desmantelaria o bloqueio a Gaza, não importa que pressões os EUA ou qualquer outro país exerçam.
Israel sente que o bloqueio é essencial para sua segurança e que qualquer relaxamento substantivo servirá apenas aos interesses do Hamas. A decisão de autorizar maior volume e variedade de assistência humanitária representa essencialmente um gesto vazio para apaziguar Washington e a opinião pública internacional, depois do ataque israelense contra a frota Gaza Livre.
O mesmo se aplica ao anúncio do governo israelense no começo da semana quanto à realização de uma investigação interna sobre as circunstâncias do ataque, que não questionará a política vigente ou as justificativas para a ação.
Depois desta semana, continua claro como nunca que Israel simplesmente não mudará de rumo. Caso o mundo deseje realmente ajudar a população de Gaza, cabe à ONU enviar comboios navais de assistência, ou ao Egito manter aberta de forma permanente sua fronteira terrestre com o território.


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