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Presidente paraguaio suspende estado de exceção
DA REDAÇÃO
O presidente do Paraguai, Luiz
González Macchi, suspendeu ontem o estado de exceção decretado na segunda-feira e acusou o
ex-general Lino Oviedo de promover os violentos protestos que
o levaram a impor a medida, inicialmente por cinco dias. Em discurso na TV no qual anunciou a
suspensão antecipada do estado
de exceção, ele disse que "a ordem
e a tranquilidade foram restituídas em todo o território nacional"
e que, nestas condições, "cessaram as razões que o motivaram".
O presidente fez acusações diretas ao ex-general Oviedo, atualmente exilado no Brasil, classificando-o como autor de "atos de
sublevação". As manifestações
realizadas por cerca de 20 mil pessoas em diversos pontos do país
foram reprimidas pela polícia,
com um saldo de duas pessoas
mortas, mais de cem feridos e cerca de 300 pessoas presas.
González Macchi acusou Oviedo e o vice-presidente, Julio César
Franco, por uma suposta conspiração para derrubá-lo. Franco, do
PLRA (Partido Liberal Radical
Autêntico), foi escolhido para o
cargo em eleição direta, em 2000.
González Macchi assumiu a Presidência em 1999 como presidente
do Congresso, após o assassinato
do então vice, Luis María Argaña,
e a renúncia do presidente Raúl
Cubas Grau. Cubas e Oviedo são
acusados de cumplicidade no assassinato de Argaña. Ambos pertenciam ao Partido Colorado, o
mesmo de González Macchi.
O presidente disse lamentar que
"em cômodas poltronas enviem
camponeses como bucha de canhão". "Não permitirei que grupos sediciosos pretendam mudar
o curso do processo democrático
por meio da violência."
Para os analistas, Oviedo organizou os protestos para tentar desestabilizar o governo e conseguir
uma anistia que lhe permitisse
participar das próximas eleições
presidenciais, previstas para daqui a dez meses. Oviedo, que tentou um golpe de Estado contra o
então presidente Juan Carlos
Wasmosy em 1996, tem mandado
de prisão no Paraguai.
"Lamento que o plano de desestabilização do fugitivo Oviedo,
com o apoio de alguns setores da
oposição, tenha deixado um saldo
de vítimas", afirmou o presidente.
González Macchi afirmou ainda
que não pretende renunciar. "Vamos deixar isso claro de uma vez e
para sempre. Só transmitirei o poder a quem vencer as eleições democráticas em 2003."
O presidente do Partido Colorado, Nicanor Duarte, anunciou a
intenção de sua agremiação de
abrir um processo de impeachment contra o vice-presidente por
sua suposta participação nas manifestações de segunda-feira.
Segundo reportagem publicada
ontem pelo jornal "ABC Color",
de Assunção, a intenção dos colorados poderia ser afastar Franco
para permitir a renúncia de González Macchi e a posse do atual
presidente do Congresso, Juan
Carlos Galaverna, também membro do partido, na Presidência.
Com agências internacionais
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