DA REDAÇÃO

O premiê palestino, Ahmed Korei, apresentou ontem sua demissão ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, em meio ao caos provocado pela onda de rápidos seqüestros protagonizada por homens armados que exigiam reformas administrativas e do aparato de segurança ocorrida anteontem.
Porém Arafat se recusou a aceitar a resignação de Korei, e o premiê aceitou reunir seu gabinete para estudar suas próximas medidas, de acordo com Saeb Erekat, ministro palestino.
Um sentimento de crescente anarquia tomou conta da faixa de Gaza anteontem, quando militantes armados -que exigiam a tomada de medidas drásticas para conter a corrupção- seqüestraram duas autoridades palestinas, incluindo o chefe da polícia da faixa de Gaza, e cinco cidadãos franceses. Todos foram soltos sem ferimentos algumas horas mais tarde. Foi declarado estado de emergência na região.
Arafat, no que foi visto como uma resposta às exigências dos seqüestradores, demitiu o chefe da polícia de Gaza, Ghazi al Jabali, apontou o general Mussa Arafat, seu primo, para o posto de comandante máximo da segurança em Gaza e anunciou que seus 12 serviços de segurança serão transformados em apenas três.
O lance de Arafat não bastou, porém, para conter protestos. Insatisfeitos com a nomeação do primo do dirigente, milhares de manifestantes saíram às ruas de Gaza e de outras cidades palestinas na Cisjordânia pedindo o fim da corrupção.