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análise
Próximos dois dias serão os mais críticos
ZE'EV SCHIFF
DO "HAARETZ"
Os combates entre Israel e o Hizbollah, grupo
que tem o apoio da Síria e
do Irã, ainda não chegaram ao ápice. Os planos
operacionais do Exército
de Israel contra a organização xiita ainda não foram implementados.
Os próximos dois dias
serão os mais críticos, e
muito depende de Teerã
decidir se arrisca autorizar
o Hizbollah a lançar mísseis de longo alcance, com
ogivas mais potentes. Essa
é uma capacidade que o
Hizbollah ainda conserva,
apesar dos golpes pesados
que sofreu com os ataques
aéreos de Israel.
O foguete de 220 mm, de
fabricação síria, possui
uma ogiva que pesa mais
de 50 kg. O Hizbollah foi
suprido com esses foguetes quando as forças sírias
os receberam das linhas de
produção. A decisão de entregar os foguetes ao Hizbollah foi tomada quando
se concluiu que o grupo seria visto como parte do
preparo global do Exército
sírio para emergências.
O risco que o Irã corre
não é militar mas sim que
o Hizbollah venha a sofrer
danos de tais proporções
que deixaria de ser contado como o único elemento
externo da Revolução Islâmica iraniana. É difícil
avaliar o que o Irã decidirá.
Se optar por agravar a situação, Teerã encorajará a
Síria a envolver-se no confronto, mas todos os indicativos sugerem que Damasco não quer ser arrastada para a guerra. Israel
tampouco tem interesse
num terceiro front.
Outra chance é que o Irã
decida que não seria vantajoso o Hizbollah lançar
"um foguete a mais" contra civis israelenses.
Do ponto de vista militar, os foguetes móveis
Fajr representam um problema especial, por serem
mais difíceis de localizar e
destruir. Ontem, a força
aérea mirou os ataques
contra foguetes Katyusha,
cujo alcance é menor.
Mas a presença de cerca
de 600 bunkers de armazenagem do Hizbollah, um
terço dos quais foram preparados para abrigar os foguetes de alcance mais
longo, dificulta a tarefa.
Israel também vai tentar alvejar os 12 membros
de mais alto escalão do
Hizbollah, que estão escondidos em bunkers no
bairro de Dahiya, em Beirute. Esses homens são alvos estratégicos. Foram
marcados ao todo 40 alvos
em Dahiya, alguns deles
interligados por túneis.
Tradução de CLARA ALLAIN
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