São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 2006

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análise

Próximos dois dias serão os mais críticos

ZE'EV SCHIFF
DO "HAARETZ"

Os combates entre Israel e o Hizbollah, grupo que tem o apoio da Síria e do Irã, ainda não chegaram ao ápice. Os planos operacionais do Exército de Israel contra a organização xiita ainda não foram implementados. Os próximos dois dias serão os mais críticos, e muito depende de Teerã decidir se arrisca autorizar o Hizbollah a lançar mísseis de longo alcance, com ogivas mais potentes. Essa é uma capacidade que o Hizbollah ainda conserva, apesar dos golpes pesados que sofreu com os ataques aéreos de Israel.
O foguete de 220 mm, de fabricação síria, possui uma ogiva que pesa mais de 50 kg. O Hizbollah foi suprido com esses foguetes quando as forças sírias os receberam das linhas de produção. A decisão de entregar os foguetes ao Hizbollah foi tomada quando se concluiu que o grupo seria visto como parte do preparo global do Exército sírio para emergências.
O risco que o Irã corre não é militar mas sim que o Hizbollah venha a sofrer danos de tais proporções que deixaria de ser contado como o único elemento externo da Revolução Islâmica iraniana. É difícil avaliar o que o Irã decidirá. Se optar por agravar a situação, Teerã encorajará a Síria a envolver-se no confronto, mas todos os indicativos sugerem que Damasco não quer ser arrastada para a guerra. Israel tampouco tem interesse num terceiro front.
Outra chance é que o Irã decida que não seria vantajoso o Hizbollah lançar "um foguete a mais" contra civis israelenses. Do ponto de vista militar, os foguetes móveis Fajr representam um problema especial, por serem mais difíceis de localizar e destruir. Ontem, a força aérea mirou os ataques contra foguetes Katyusha, cujo alcance é menor.
Mas a presença de cerca de 600 bunkers de armazenagem do Hizbollah, um terço dos quais foram preparados para abrigar os foguetes de alcance mais longo, dificulta a tarefa. Israel também vai tentar alvejar os 12 membros de mais alto escalão do Hizbollah, que estão escondidos em bunkers no bairro de Dahiya, em Beirute. Esses homens são alvos estratégicos. Foram marcados ao todo 40 alvos em Dahiya, alguns deles interligados por túneis.


Tradução de CLARA ALLAIN


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