São Paulo, terça-feira, 18 de agosto de 2009

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Guerra não será rápida nem fácil, afirma Obama

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que a guerra no Afeganistão não será "rápida" ou "fácil", em discurso para veteranos de guerras no exterior em Phoenix. Obama defendeu a atuação americana no país, que enfrenta um aumento no número de ataques feitos pelo Taleban às vésperas da eleição presidencial da próxima quinta.
Em março, Obama anunciou uma mudança no foco do combate ao terror priorizando a fronteira entre Paquistão e Afeganistão. Nas últimas semanas, aumentaram os questionamentos sobre o prazo de atuação das tropas no Afeganistão em meio a um aumento da violência no conflito e do número de soldados americanos mortos. A previsão é que até o fim do ano o total de soldados no país chegue a 68 mil.
Em discurso para 5.500 pessoas, Obama classificou ontem o conflito como uma "guerra de necessidade" e não de escolha. Disse ainda que existirão mais dias difíceis pela frente.
"Nós nunca devemos nos esquecer. Esta não é uma guerra de escolha, é uma guerra de necessidade. Aqueles que atacaram os EUA no 11 de Setembro estão planejando fazer isso de novo. Se deixarmos a guerra de lado, a insurgência do Taleban irá encontrar um abrigo seguro ainda maior de onde a Al Qaeda planejaria a morte de mais americanos. Então essa não é apenas uma guerra que vale a pena lutar. Ela é fundamental para defender nosso povo", disse o presidente americano.
Obama disse que sua maior responsabilidade é a segurança do povo americano e que não hesitará em usar a força para proteger a população ou seus interesses. Segundo o presidente, as tropas americanas estão se adaptando a novas técnicas, sabendo que não é suficiente matar extremistas e terroristas, mas também proteger o povo afegão. Citou ainda o apoio à realização das eleições.
Após o pleito, o general Stanley McChrystal, comandante dos EUA e das forças da Otan (aliança militar ocidental) na região, deverá entregar um relatório de revisão da estratégia. Há expectativa de que ele solicite mais soldados.
O enviado especial americano ao Afeganistão e ao Paquistão, Richard Holbrooke, afirmou ontem que o Taleban falhou em sua tentativa de impedir as eleições no país. "Pode ocorrer violência no dia da eleição, mas isso acontece até em países que não estão em guerra. Eles falharam no intuito de impedir as eleições", disse, em visita a Islamabad.
Durante o discurso, Obama reiterou o cronograma de retirada das tropas do Iraque, prevista para o fim de 2011. A retirada poderá ocorrer até mesmo antes do prazo acordado.
O governo iraquiano anunciou ontem que pretende deixar aos eleitores a decisão. A ideia é que eles votem em referendo em janeiro para decidir se os EUA deveriam sair do país no prazo de um ano. O premiê Nuri al Maliki vai encaminhar um projeto ao Parlamento pedindo a autorização para a realização do referendo. A votação estava prevista no acordo fechado com Washington para retirada gradual das tropas.


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