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Guerra não será rápida nem fácil, afirma Obama
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem
que a guerra no Afeganistão
não será "rápida" ou "fácil", em
discurso para veteranos de
guerras no exterior em Phoenix. Obama defendeu a atuação
americana no país, que enfrenta um aumento no número de
ataques feitos pelo Taleban às
vésperas da eleição presidencial da próxima quinta.
Em março, Obama anunciou
uma mudança no foco do combate ao terror priorizando a
fronteira entre Paquistão e Afeganistão. Nas últimas semanas,
aumentaram os questionamentos sobre o prazo de atuação das tropas no Afeganistão
em meio a um aumento da violência no conflito e do número
de soldados americanos mortos. A previsão é que até o fim
do ano o total de soldados no
país chegue a 68 mil.
Em discurso para 5.500 pessoas, Obama classificou ontem
o conflito como uma "guerra de
necessidade" e não de escolha.
Disse ainda que existirão mais
dias difíceis pela frente.
"Nós nunca devemos nos esquecer. Esta não é uma guerra
de escolha, é uma guerra de necessidade. Aqueles que atacaram os EUA no 11 de Setembro
estão planejando fazer isso de
novo. Se deixarmos a guerra de
lado, a insurgência do Taleban
irá encontrar um abrigo seguro
ainda maior de onde a Al Qaeda
planejaria a morte de mais
americanos. Então essa não é
apenas uma guerra que vale a
pena lutar. Ela é fundamental
para defender nosso povo", disse o presidente americano.
Obama disse que sua maior
responsabilidade é a segurança
do povo americano e que não
hesitará em usar a força para
proteger a população ou seus
interesses. Segundo o presidente, as tropas americanas estão se adaptando a novas técnicas, sabendo que não é suficiente matar extremistas e terroristas, mas também proteger o povo afegão. Citou ainda o apoio à
realização das eleições.
Após o pleito, o general Stanley McChrystal, comandante
dos EUA e das forças da Otan
(aliança militar ocidental) na
região, deverá entregar um relatório de revisão da estratégia.
Há expectativa de que ele solicite mais soldados.
O enviado especial americano ao Afeganistão e ao Paquistão, Richard Holbrooke, afirmou ontem que o Taleban falhou em sua tentativa de impedir as eleições no país. "Pode
ocorrer violência no dia da eleição, mas isso acontece até em
países que não estão em guerra.
Eles falharam no intuito de impedir as eleições", disse, em visita a Islamabad.
Durante o discurso, Obama
reiterou o cronograma de retirada das tropas do Iraque, prevista para o fim de 2011. A retirada poderá ocorrer até mesmo
antes do prazo acordado.
O governo iraquiano anunciou ontem que pretende deixar aos eleitores a decisão. A
ideia é que eles votem em referendo em janeiro para decidir
se os EUA deveriam sair do país
no prazo de um ano. O premiê
Nuri al Maliki vai encaminhar
um projeto ao Parlamento pedindo a autorização para a realização do referendo. A votação
estava prevista no acordo fechado com Washington para
retirada gradual das tropas.
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