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Atentado na república russa da Inguchétia mata 20 e fere 138
Governo culpa extremistas islâmicos; ação leva a endurecimento contra rebeldes
DA REDAÇÃO
A explosão de um caminhão-bomba por um terrorista suicida em Nazran, na instável república russa da Inguchétia, deixou ao menos 20 mortos e 138
feridos ontem, numa ação que
desencadeou imediato endurecimento contra rebeldes separatistas locais.
O governo acusou extremistas islâmicos pelo ato. O alvo do
ataque foi a sede dos serviços
policiais de Nazran, que teve os
portões derrubados pelo caminhão-bomba por volta das 9h
(2h de Brasília). Em horário em
que vários membros dos serviços de segurança chegavam para trabalhar, o suicida invadiu o
pátio e explodiu o veículo.
Várias edificações das redondezas, inclusive prédios residenciais, também foram atingidos. De acordo com informações oficiais, ao menos dez dos
feridos são crianças.
Em reação à explosão, o presidente russo, Dmitri Medvedev, demitiu o ministro do Interior da Inguchétia. Segundo
ele, o atentado "poderia ter sido
prevenido" e não foi apenas
"resultado de problemas ligados ao terrorismo, mas também do trabalho insatisfatório
de agências de segurança".
A crítica foi dirigida em parte
à abordagem do presidente local, Iunus-Bek Ievkurov, para
lidar com ameaças separatistas.
Desde que foi apontado pelo
Kremlin, em outubro último,
ele se moveu para acabar com
abusos de civis por forças de segurança -comuns no governo
anterior- e para formar alianças com grupos rebeldes e líderes oposicionistas.
Mas a violência continuou,
alimentada tanto por milícias
locais quanto pela chegada de
separatistas em fuga da vizinha
Tchetchênia, onde o governo
usa táticas muito mais brutais
de contrainsurgência.
Outro sinal de que a tentativa
de Ievkurov está em risco é o fato de que Ramzan Kadirov, presidente da república da Tchetchênia, enviou seus comandantes para a Inguchétia a fim de
conduzir lá operações de contraterrorismo.
Suspeitas
De Moscou, Ievkurov afirmou que "mercenários árabes"
estão lutando ao lado de rebeldes locais. Ele sugeriu ainda
que o "Ocidente" está interessado em desestabilizar o norte
do Cáucaso e pode estar envolvido no atentado.
"Já disse antes e direi de novo: o Ocidente vai se esforçar
para impedir a Rússia de reavivar seu antigo poderio soviético", declarou a uma rádio.
O ataque de ontem foi o pior
do ano na república, que mantém histórico de violência frequente. Em junho, o próprio
Ievkurov ficou seriamente ferido após ter o comboio atingido
por um carro-bomba.
Na semana passada, o ministro da Construção da Inguchétia, Ruslan Amirkhanov, foi assassinado em seu escritório.
O presidente Medvedev também ordenou ontem que o aumento do número de forças policiais na Inguchétia.
Com agências internacionais
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