São Paulo, terça-feira, 18 de agosto de 2009

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Atentado na república russa da Inguchétia mata 20 e fere 138

Governo culpa extremistas islâmicos; ação leva a endurecimento contra rebeldes

DA REDAÇÃO

A explosão de um caminhão-bomba por um terrorista suicida em Nazran, na instável república russa da Inguchétia, deixou ao menos 20 mortos e 138 feridos ontem, numa ação que desencadeou imediato endurecimento contra rebeldes separatistas locais.
O governo acusou extremistas islâmicos pelo ato. O alvo do ataque foi a sede dos serviços policiais de Nazran, que teve os portões derrubados pelo caminhão-bomba por volta das 9h (2h de Brasília). Em horário em que vários membros dos serviços de segurança chegavam para trabalhar, o suicida invadiu o pátio e explodiu o veículo.
Várias edificações das redondezas, inclusive prédios residenciais, também foram atingidos. De acordo com informações oficiais, ao menos dez dos feridos são crianças.
Em reação à explosão, o presidente russo, Dmitri Medvedev, demitiu o ministro do Interior da Inguchétia. Segundo ele, o atentado "poderia ter sido prevenido" e não foi apenas "resultado de problemas ligados ao terrorismo, mas também do trabalho insatisfatório de agências de segurança".
A crítica foi dirigida em parte à abordagem do presidente local, Iunus-Bek Ievkurov, para lidar com ameaças separatistas. Desde que foi apontado pelo Kremlin, em outubro último, ele se moveu para acabar com abusos de civis por forças de segurança -comuns no governo anterior- e para formar alianças com grupos rebeldes e líderes oposicionistas.
Mas a violência continuou, alimentada tanto por milícias locais quanto pela chegada de separatistas em fuga da vizinha Tchetchênia, onde o governo usa táticas muito mais brutais de contrainsurgência.
Outro sinal de que a tentativa de Ievkurov está em risco é o fato de que Ramzan Kadirov, presidente da república da Tchetchênia, enviou seus comandantes para a Inguchétia a fim de conduzir lá operações de contraterrorismo.

Suspeitas
De Moscou, Ievkurov afirmou que "mercenários árabes" estão lutando ao lado de rebeldes locais. Ele sugeriu ainda que o "Ocidente" está interessado em desestabilizar o norte do Cáucaso e pode estar envolvido no atentado.
"Já disse antes e direi de novo: o Ocidente vai se esforçar para impedir a Rússia de reavivar seu antigo poderio soviético", declarou a uma rádio.
O ataque de ontem foi o pior do ano na república, que mantém histórico de violência frequente. Em junho, o próprio Ievkurov ficou seriamente ferido após ter o comboio atingido por um carro-bomba.
Na semana passada, o ministro da Construção da Inguchétia, Ruslan Amirkhanov, foi assassinado em seu escritório.
O presidente Medvedev também ordenou ontem que o aumento do número de forças policiais na Inguchétia.

Com agências internacionais



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