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DIPLOMACIA
Lula negocia com Japão, Alemanha e Índia reivindicação em bloco de vagas permanentes no Conselho de Segurança
Brasil busca aliança para ter status na ONU
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva aproveitará sua passagem
pela ONU, em Nova York, para
reforçar a candidatura do Brasil a
um assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da organização e se aliar a outros países
que têm interesse em pressionar
pela reforma da instituição.
Lula se reunirá na terça-feira
com seus pares da Índia, do Japão
e da Alemanha -todos defensores de uma reforma na ONU e
candidatos ao Conselho de Segurança- para discutir o tema. No
final do encontro existe a expectativa de os quatro países anunciarem o apoio recíproco às suas
candidaturas e a formação de
uma aliança para pressionar pela
reforma do órgão.
Nos encontros internacionais
de Lula e de seu chanceler, Celso
Amorim, o Brasil conseguiu declarações favoráveis dos três países à sua candidatura.
Nesta semana, o premiê do Japão, Junichiro Koizumi, e Lula
anunciaram uma aliança pelas
candidaturas. Foi a primeira vez
que Tóquio declarou apoio ao
Brasil. Em nota conjunta, os dois
países se dizem "candidatos legítimos" ao assento permanente.
No mesmo dia, Amorim declarou que o Brasil apoiava a Alemanha. "Da mesma forma que nós
consideramos o Japão e a Alemanha como candidatos naturais entre os países desenvolvidos, eu
acredito que a Alemanha e o Japão consideram o Brasil e a Índia
como candidatos naturais entre
os países em desenvolvimento."
O projeto de entrar para o grupo permanente do CS havia sido
levantado e abandonado durante
o governo de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002).
Atualmente, o conselho conta
com 15 membros, mas apenas
cinco são permanentes e com direito a veto -China, EUA, França, Reino Unido e Rússia. Qualquer mudança no conselho deve
ser aprovada por 2/3 dos países-membros da Assembléia Geral da
ONU. Os cinco membros permanentes têm o poder de vetar eventuais candidatos.
Entre os permanentes, a França
foi o que mais explicitou seu
apoio à candidatura brasileira. A
China e a Rússia indicaram que
poderiam apoiar o Brasil.
Amorim considera que uma reforma estrutural na ONU será
inevitável e que é preciso aumentar a representatividade dos países em desenvolvimento na instituição. Ele temia que uma eventual reforma incluísse apenas países desenvolvidos no CS.
O ministro afirmou em diversas
ocasiões que a ascensão de países
em desenvolvimento daria mais
legitimidade às decisões da instituição.
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