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Ataque à Embaixada dos EUA mata dez no Iêmen
Grupo islâmico local reivindica autoria, mas Washington suspeita da Al Qaeda
Mortos são iemenitas, além de uma indiana; para Bush, é "lembrança de que estamos em guerra com extremistas que irão matar inocentes"
DA REDAÇÃO
Pelo menos dez pessoas,
além de seis terroristas, morreram ontem em um ataque articulado com um carro-bomba,
lançadores de granadas e armas
automáticas contra a Embaixada dos EUA no Iêmen. Embora
o atentado na capital, Sanaa, tenha sido reivindicado pelo Jihad Islâmico -sem relação
com o grupo homônimo palestino-, Washington suspeita da
rede terrorista Al Qaeda.
Entre as vítimas, nove delas
iemenitas e uma indiana -nenhum americano-, estavam
seis guardas e quatro civis que
formavam fila no local. O episódio é o mais mortífero no país
desde que o ataque contra o
destróier USS Cole, da Marinha
dos EUA, matou 17 americanos
no porto de Áden em 2000.
O presidente George W.
Bush disse que o ataque é "uma
lembrança de que estamos em
guerra com extremistas que
irão matar inocentes para atingir os seus objetivos ideológicos". A secretária de Estado,
Condoleezza Rice, disse que o
ataque demonstra o "desprezo
maléfico" que os terroristas
têm pela vida humana.
Autoridades iemenitas dizem que o Jihad Islâmico reivindicou o atentado e prometeu novos ataques contra alvos
britânicos, sauditas e dos Emirados Árabes Unidos no país.
Mas, segundo o porta-voz do
Departamento de Estado, Sean
McCormack, "os indícios são
de um ataque da Al Qaeda".
De acordo com relatos, terroristas trocaram tiros com a
guarda da primeira barricada
de proteção antes que o carro-bomba alcançasse a segunda
barreira, mas ainda fora dos
portões da embaixada. Após a
explosão, seguiram-se mais
confrontos entre os extremistas e os guardas, e registrou-se
uma série de explosões menores causadas por granadas.
Guerra ao terror
Em março, a representação
diplomática americana no Iêmen já havia sido alvo de uma
tentativa fracassada de ataque
terrorista com morteiros. Em
abril, a Chancelaria dos EUA
ordenou o retorno do corpo diplomático não indispensável
do país após ataques contra um
complexo residencial no qual
vivem americanos. A ordem,
porém, foi suspensa em agosto.
O Iêmen -resultado da
união entre Iêmen do Norte e
Iêmen do Sul em 1990- do presidente Ali Abdullah Saleh, historicamente um santuário de
terroristas que já serviu de
abrigo a Osama bin Laden, é
aliado americano na guerra ao
terrorismo. Mas nos últimos
anos vem despertando suspeita
no governo americano.
Em 2006, um grupo de 23
terroristas, incluindo 10 dos 17
condenados pelo ataque ao USS
Cole, escapou de uma prisão de
alta segurança. À época surgiram boatos quanto ao envolvimento de oficiais na fuga e infiltração de extremistas nos serviços de segurança e inteligência. Acredita-se também que a
região norte hospede campos
de treinamento.
Além disso, cerca de um terço dos mais de 250 prisioneiros
mantidos pelos EUA sob acusação de envolvimento com terrorismo é iemenita, inclusive o
ex-motorista de Bin Laden Salim Hamdan, condenado a cinco anos e meio de prisão.
Neste ano, a sede presidencial iemenita foi duas vezes alvo
de tentativas de atentado em
abril, e ataques próximos à Embaixada da Itália também foram registrados.
Com agências internacionais
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