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Jogo dos 7 erros
Jornal pró-governo do Egito manipula foto de cúpula em Washington para favorecer a posição do ditador egípcio, Hosni Mubarak, entre mandatários
Pablo Martinez Monsovias/Associated Press
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Na foto original, o ditador do Egito aparece em último no grupo liderado por Obama e atrás de Netanyahu; abaixo, retrato manipulado mostra Hosni Mubarak à frente
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O tradicional jornal governista egípcio "Al Ahram" teve de vir a público ontem justificar a manipulação de uma
foto de reunião entre líderes
árabes e o presidente americano, Barack Obama, no início do mês, para "favorecer"
o ditador Hosni Mubarak.
Na edição da última terça-feira, o periódico -o mais antigo do Egito, que começou a
circular em 1876- estampou
foto dos líderes em um corredor na Casa Branca em que
Mubarak aparece liderando
o grupo de mandatários, à
frente inclusive de Obama.
No original, no entanto,
Mubarak é o último dos cinco
líderes -que incluem ainda
o presidente da Autoridade
Palestina, Mahmoud Abbas,
o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e o rei Abdullah 2º, da Jordânia.
No dia da publicação, encimada pelo título "O caminho para Sharm el Sheikh",
os líderes árabes e a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, deram início a
nova rodada de conversas no
famoso balneário egípcio.
A foto alterada mostra um
Mubarak inclusive com o lado para o qual pende sua gravata trocado. O premiê israelense ocupa o lugar do ditador egípcio na foto original.
A manipulação foi inicialmente relatada pelo blogueiro egípcio Wael Khalil e depois difundiu-se por outros
veículos do mundo, causando constrangimento tanto ao
jornal quanto ao governo.
Na edição de ontem, em
editorial, o "Al Ahram" rebateu as críticas, dizendo que a
foto "é uma expressão viva e
verdadeira da posição proeminente ocupada pelo presidente Mubarak na questão
palestina, de seu papel único
em liderá-la à frente de Washington ou qualquer outro".
Blogueiros e críticos, no
entanto, qualificaram a foto
de "não profissional" e
exemplo da fraude que o ditador, há 30 anos no cargo,
impõe ao seu próprio povo.
Opositores disseram ainda
que a iniciativa do jornal foi
uma tentativa de tirar a atenção do fato de que o papel do
país nas negociações de paz
do Oriente Médio diminui.
Apesar de estar presente
ao encontro que marcou a retomada das conversas diretas de paz entre Israel e palestinos depois de quase dois
anos, Mubarak não participou das reuniões principais.
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