São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

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Violência aumenta mais de 50% e deve manter eleitores em casa

MÁRCIA SOMAN MORAES
DE SÃO PAULO

O reforço de 30 mil soldados americanos ainda não conseguiu reverter o crescimento do terrorismo no Afeganistão, com um aumento de 51% nos ataques no primeiro semestre deste ano, segundo a organização independente afegã Anso.
Foram 5.359 ataques contra 3.559 no mesmo período de 2009, cenário que deve afugentar os eleitores hoje.
O número de Províncias com mais de três ataques por dia subiu de uma para quatro. O Taleban, que sempre foi muito ativo no sul e no leste, ampliou sua presença para o norte e nordeste -onde os ataques subiram 93% e 86% respectivamente.
O Taleban anunciou boicote à eleição, matou três candidatos e sequestrou dezenas de funcionários ligados às campanhas.
A ONG Human Rights Watch afirmou em relatório que os candidatos afegãos enfrentam ainda ameaças e intimidação, o que coloca em dúvida a legitimidade da votação de hoje.
A Comissão Eleitoral do Afeganistão fechou 14% dos 6.835 centros de votação. Os observadores internacionais reduziram suas equipes, e a ONU retirou cerca de 300 funcionários do país.
"Com menos olhos internacionais, fraudes devem passar despercebidas no dia de votação e na contagem dos votos", alerta Clarice Rondeaux, especialista em Afeganistão do International Crisis Group.
O Afeganistão diz estar preparado para a votação, com o apoio da Otan. No ano passado, a campanha de terror do Taleban resultou em um comparecimento de menos de 40%.
"Uma eleição onde há corrupção, fraude extensiva e medo mostra quais são as questões centrais no país", avalia Tom Gregg, ex-chefe da missão da ONU no sudeste afegão.


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