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ÁSIA
Para Rumsfeld, situação não exige inspeção do suposto arsenal nuclear norte-coreano; Bush diz procurar "solução pacífica"
Para EUA , Coréia do Norte já tem a bomba
DA REDAÇÃO
O secretário da Defesa dos
EUA, Donald Rumsfeld, disse
acreditar que a Coréia do Norte
tenha um pequeno arsenal nuclear, embora os serviços de inteligência americanos não possam
ainda confirmar o fato.
"Eu não as vi, eles [os agentes de
inteligência] não as viram, ninguém em que eu tenha confiança
as viu. Mas eu acredito que eles tenham um pequeno número de armas nucleares", disse.
Autoridades americanas disseram anteontem que Pyongyang
admitiu ter um projeto secreto de
armas nucleares, porém não ficou
claro se os norte-coreanos já teriam um arsenal operativo.
O secretário da Defesa disse que
não acha ser necessária a ida de
inspetores internacionais de armas ao país, nos moldes da inspeção da ONU no Iraque. "Eles já
admitiram a violação de todos os
quatro acordos que já tinham firmado sobre o tema. O que faria
um inspetor nesse caso, se eles já
admitem tudo?", perguntou.
Questionado sobre se achava
um bom sinal, um sinal de abertura, que a linha dura da Coréia do
Norte passasse a admitir a existência de programas secretos, o
secretário Rumsfeld foi taxativo:
"Não acho que exista nenhum
meio de ver um bom sinal nesse
caso. Dissemos a eles que tínhamos provas. De início, eles negaram. Na manhã seguinte, voltaram e confessaram".
A confissão norte-coreana teria
vindo durante a viagem do secretário-assistente de Estado dos
EUA, James Kelly, ao país. Ao estudar as compras internacionais
de Pyongyang, Kelly teria descoberto transações comerciais que
indicavam que os norte-coreanos
estariam tentando produzir urânio enriquecido, principal insumo das armas nucleares.
Isso violaria um acordo de desarmamento de 1994 entre
Pyongyang e Washington.
Alguns membros da linha dura
do governo americano defendem
que as negociações com Pyongyang sejam suspensas.
Segundo o porta-voz Scott
McClellan, o presidente Bush
achou as notícias preocupantes e
disse levará o tema para a reunião
que terá na próxima semana com
o presidente chinês, Jiang Zemin.
"Estamos procurando uma solução pacífica", disse McClellan.
Bush classifica a Coréia do Norte como componente do "eixo do
mal" -os outros são Iraque e Irã.
Reações
Em Pequim, a Chancelaria chinesa disse ser contra a proliferação de armas de destruição em
massa e afirmou que o país tem
uma política de não apoiar, não
encorajar e não ajudar na busca
desse tipo de arma.
Apesar de Washington não falar
em nenhuma reação imediata
contra Pyongyang, as autoridades
sul-coreanas já começaram a colocar panos quentes no caso.
"Nossa posição básica é de que
quaisquer problemas com a Coréia do Norte sejam resolvidos pelo diálogo", disse o porta-voz do
Ministério da Reunificação sul-coreano, Han Sang-il.
Lee Hoi-chang, líder da oposição e primeiro colocado nas pesquisas para substituir o presidente Kim Dae-jung, disse defender
uma mudança na Política da Luz
Solar, de aproximação com o vizinho do norte. Há eleições presidenciais no dia 19 de dezembro e
o presidente é inelegível.
Para os britânicos a admissão
norte-coreana levanta questões
diferentes das apresentadas pelo
Iraque. Segundo um porta-voz do
governo britânico, a grande diferença seria que já há diálogo e alguns tratados firmados entre a
Coréia do Norte e os EUA. "O fato
de que houve essa admissão ocorreu porque há um diálogo em
curso entre os dois países", disse.
Moscou disse que procurará os
norte-coreanos para saber da extensão do suposto programa. Em
Tóquio, a Chancelaria japonesa
disse que continuará o diálogo de
aproximação com Pyongyang.
Com agências internacionais
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