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O SUCESSOR
Mesa é independente e dono de TV
DO ENVIADO ESPECIAL
O empresário de comunicação Carlos D. Mesa, 50, que foi
proclamado presidente da Bolívia, é um novato na política.
Ainda vice-presidente de Gonzalo Sánchez de Lozada, ele
anunciou na última segunda seu
rompimento com o governo,
mas não renunciou ao cargo, já
com a intenção de assumir a
Presidência.
Anteontem, Mesa -que não
é filiado a nenhum partido político- reforçou a distância do
governo, mas também criticou a
oposição. "Não estou nem com
os que defendem a violência para proteger o Estado nem com
bandeiras radicais", disse, marcando posição de independente.
A eleição do ano passado,
quando se elegeu vice-presidente, foi a única vez que Mesa participou como candidato de uma
campanha política.
De família tradicional, casado
e pais de dois filhos, Carlos D.
Mesa Gisbert é dono da rede de
TV PAT, que tem alcance nacional e é uma das mais importantes do país. Ele também é considerado um intelectual importante. Escreveu vários livros sobre a história boliviana, entre
eles o sugestivo "Presidentes da
Bolívia: entre urnas e fuzis".
Seu livro mais importante é
"História da Bolívia", que já tem
várias edições -a próxima poderá ter o capítulo final escrito
na primeira pessoa.
Interessado por cinema, Mesa
também filmou mais de 50 documentários em vídeo, a maioria sobre a história boliviana.
"Ele é um intelectual de muito
prestígio e de uma família tradicional", disse à Folha o cientista
político Jorge Lazarte, da Universidade Católica Boliviana.
Segundo Lazarte, seu perfil independente e de "estranho no
ninho" da política o obrigará a
duras negociações.
"Ele precisa do apoio das Forças Armadas, da Igreja Católica
e dos meios de comunicação."
Uma curiosidade: em 1998, ele
foi homenageado no Brasil com
a Ordem do Rio Branco.
(FM)
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