São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 2011 |
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Alemanha esfria expectativa de pacote e desanima Bolsas Porta-voz de Merkel diz que não haverá solução definitiva em encontro domingo Bolsas, que vinham subindo, caem após a declaração; Grécia terá greve, e Portugal ameaça fazer o mesmo VAGUINALDO MARINHEIRO DE LONDRES Autoridades da Alemanha esfriaram os ânimos dos que contavam que, no próximo domingo, os líderes europeus fechariam, em Bruxelas, um pacote para resolver a crise econômica do continente. Algumas medidas virão, mas talvez não sejam o que muitos esperam. "A chanceler [Angela Merkel] advertiu que não será realizado o sonho de que um pacote resolverá todos os problemas e que a crise estará terminada na segunda-feira", afirmou o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert. Mais cedo, o ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, já havia dito que não "haverá uma solução definitiva no fim de semana". As falas acabaram com mais de uma semana de ganhos nas Bolsas europeias e de Nova York. A alemã, que operava com alta de 1,9% antes da fala do ministro, passou a cair e fechou em baixa de 1,81%. O mesmo aconteceu em Londres (-0,54%). Dow Jones encerrou em baixa de 2,13%. A Bovespa, por sua vez, caiu 2,03%. A reunião dos líderes europeus, no domingo, acontece dez dias antes do encontro do G20 (grupo das principais economias do mundo, o que inclui o Brasil), que será nos dias 3 e 4 de novembro em Cannes, na França. Há uma forte pressão mundial para que os europeus apresentem antes um conjunto de medidas para solucionar o problema da Grécia (recessão e dívidas que superam 150% do PIB) e de alguns bancos do continente que, expostos aos títulos gregos, podem quebrar no caso de calote. A crise, que se arrasta há quase dois anos, freou o crescimento em toda a Europa e, junto com a desaceleração americana, afeta o mundo. Merkel e Schaeuble não desmentem um novo pacote, mas tentam conter expectativas para evitar frustração. EM PAUTA Em estudo está a reestruturação da dívida grega (espécie de calote organizado), a capitalização de bancos e o aumento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, que tem € 440 bilhões para emprestar a bancos e governos. Para alguns analistas, precisaria passar de € 3 tri. No caso da dívida grega, os credores poderão ter de aceitar um corte de 50% no valor dos títulos. Em julho, o acordado era 21% de corte. Enquanto a solução não vem, a Grécia sofre com greves. Ontem começou uma dos funcionários da Fazenda. Para amanhã e quinta, está programada uma greve geral. Na quinta, o Parlamento vota medidas de austeridade. "Esta talvez seja a semana mais crucial para a Grécia e a Europa", afirmou o premiê grego, George Papandreou. Há ameaças de greves também em Portugal, onde as duas principais centrais sindicais acordaram uma paralisação geral ainda sem data. Ontem, o governo apresentou seu Orçamento para 2012. Prevê encolhimento da economia de 2,8% e aumento do desemprego para 13,4%. Próximo Texto: Em meio a crise, bancos têm mais lucros Índice | Comunicar Erros |
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