São Paulo, quarta-feira, 18 de novembro de 2009

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Afeganistão é 2º mais corrupto, diz ONG

Em versão deste ano de índice de percepção de corrupção, país perde três posições em relação a 2008; Iraque é 5º pior

Integram também parte de baixo da lista Somália, Irã e Sudão; só Uruguai, Chile e Costa Rica ficam na ponta entre os latino-americanos


DA REDAÇÃO

Alvo de pesadas críticas dos EUA pela suposta complacência com a corrupção que o assola e compromete os esforços internacionais de estabilização, o Afeganistão é considerado pela própria população o segundo país mais corrupto do mundo.
O resultado consta da versão deste ano do Índice de Percepção da Corrupção (IPC) em 180 países da Transparência Internacional divulgada ontem. Na lista da ONG, integra ainda as últimas cinco posições o Iraque, também ocupado por forças lideradas por Washington.
Embora sem grandes alterações em relação ao índice de 2008, o novo relatório sinaliza uma diferença de momento entre os dois fronts de guerra.
O Afeganistão, foco do combate ao terrorismo do governo Barack Obama e ameaçado por uma crescente insurgência, teve queda de três posições desde o ano passado e só fica à frente da Somália, último país da lista.
Em meio a reiteradas críticas de potências ocidentais -que despejaram mais de US$ 50 bilhões para a sua reconstrução desde 2001-, o recém reeleito governo afegão anunciou anteontem a criação de um novo órgão de combate à corrupção.
Já o Iraque, que apesar dos repiques de violência prepara-se para a saída completa das tropas internacionais até o fim de 2011, subiu modestas mas importantes duas posições e ocupa agora a 176ª posição.
Na ponta de cima do ranking, a Nova Zelândia isolou-se na primeira posição. No ano passado, o país da Oceania havia ficado empatado com Dinamarca e Suécia, segundo e terceiro lugares neste ano -Cingapura também fica no terceiro posto.
Na América Latina, os destaques são Chile e Uruguai, que ocupam juntos o 25º lugar, e a Costa Rica, os únicos três com "níveis baixos de corrupção".
Os EUA caíram uma posição, de 18º para 19º, sobretudo devido à percepção de corrupção no setor financeiro, que deu origem à mais grave crise econômica global em oito décadas.
Já o Reino Unido perdeu um posto, mas manteve sua nota, apesar do escândalo de malversação de verbas públicas por parlamentares que atingiu o alto escalão do governo britânico.
Destaca-se ainda entre os países considerados mais corruptos a Rússia, na 146ª posição, cuja "cultura do suborno" denunciada pelo próprio presidente Dmitri Medvedev custa estimado um quinto da economia do país. O Irã é o 168º.
Completam os cinco últimos lugares na versão 2009 do IPC -além de Iraque, Afeganistão e Somália- o Sudão, palco do conflito de Darfur, e Mianmar, ditadura que mantém sob prisão domiciliar a líder oposicionista e Prêmio Nobel da Paz (1991) Aung San Suu Kyi.

Metodologia
No IPC, a Transparência Internacional agrega resultados de 13 tipos distintos de pesquisas sobre percepção de corrupção realizadas por organismos internacionais -como o Banco Mundial, o Fórum Econômico Mundial e Freedom House- e estabelece pontuação de zero a dez (quanto maior a nota, menor a percepção de corrupção).
Segundo a ONG, países com nota abaixo dos cinco pontos -da 52ª à 180ª lugares na lista- são "altamente corruptos".

Com agências internacionais



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