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Afeganistão é 2º mais corrupto, diz ONG
Em versão deste ano de índice de percepção de corrupção, país perde três posições em relação a 2008; Iraque é 5º pior
Integram também parte de baixo da lista Somália, Irã e Sudão; só Uruguai, Chile e Costa Rica ficam na ponta entre os latino-americanos
DA REDAÇÃO
Alvo de pesadas críticas dos
EUA pela suposta complacência com a corrupção que o assola e compromete os esforços internacionais de estabilização, o
Afeganistão é considerado pela
própria população o segundo
país mais corrupto do mundo.
O resultado consta da versão
deste ano do Índice de Percepção da Corrupção (IPC) em 180
países da Transparência Internacional divulgada ontem. Na
lista da ONG, integra ainda as
últimas cinco posições o Iraque, também ocupado por forças lideradas por Washington.
Embora sem grandes alterações em relação ao índice de
2008, o novo relatório sinaliza
uma diferença de momento entre os dois fronts de guerra.
O Afeganistão, foco do combate ao terrorismo do governo
Barack Obama e ameaçado por
uma crescente insurgência, teve queda de três posições desde
o ano passado e só fica à frente
da Somália, último país da lista.
Em meio a reiteradas críticas
de potências ocidentais -que
despejaram mais de US$ 50 bilhões para a sua reconstrução
desde 2001-, o recém reeleito
governo afegão anunciou anteontem a criação de um novo
órgão de combate à corrupção.
Já o Iraque, que apesar dos
repiques de violência prepara-se para a saída completa das
tropas internacionais até o fim
de 2011, subiu modestas mas
importantes duas posições e
ocupa agora a 176ª posição.
Na ponta de cima do ranking,
a Nova Zelândia isolou-se na
primeira posição. No ano passado, o país da Oceania havia ficado empatado com Dinamarca e Suécia, segundo e terceiro
lugares neste ano -Cingapura
também fica no terceiro posto.
Na América Latina, os destaques são Chile e Uruguai, que
ocupam juntos o 25º lugar, e a
Costa Rica, os únicos três com
"níveis baixos de corrupção".
Os EUA caíram uma posição,
de 18º para 19º, sobretudo devido à percepção de corrupção no
setor financeiro, que deu origem à mais grave crise econômica global em oito décadas.
Já o Reino Unido perdeu um
posto, mas manteve sua nota,
apesar do escândalo de malversação de verbas públicas por
parlamentares que atingiu o alto escalão do governo britânico.
Destaca-se ainda entre os
países considerados mais corruptos a Rússia, na 146ª posição, cuja "cultura do suborno"
denunciada pelo próprio presidente Dmitri Medvedev custa
estimado um quinto da economia do país. O Irã é o 168º.
Completam os cinco últimos
lugares na versão 2009 do IPC
-além de Iraque, Afeganistão e
Somália- o Sudão, palco do
conflito de Darfur, e Mianmar,
ditadura que mantém sob prisão domiciliar a líder oposicionista e Prêmio Nobel da Paz
(1991) Aung San Suu Kyi.
Metodologia
No IPC, a Transparência Internacional agrega resultados
de 13 tipos distintos de pesquisas sobre percepção de corrupção realizadas por organismos
internacionais -como o Banco
Mundial, o Fórum Econômico
Mundial e Freedom House- e
estabelece pontuação de zero a
dez (quanto maior a nota, menor a percepção de corrupção).
Segundo a ONG, países com
nota abaixo dos cinco pontos
-da 52ª à 180ª lugares na lista- são "altamente corruptos".
Com agências internacionais
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