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Hamas e Fatah têm dia de guerra civil em Gaza
Choques deixam 3 mortos e 30 feridos; trégua é anunciada, mas violência não pára
Premiê do Hamas diz que seu grupo boicotará eleições antecipadas convocadas pelo presidente Abbas; pleito ainda não tem data
DA REDAÇÃO
No dia seguinte à convocação
de eleições gerais antecipadas
nos territórios palestinos, militantes do Hamas, islâmico, e do
Fatah, secular, se enfrentaram
numa série de atentados e confrontos que deixaram três mortos e 30 feridos em Gaza.
Uma das vítimas era segurança do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, do Fatah, que
anunciou no sábado a antecipação dos pleitos presidencial e
legislativo. O segurança morreu em um ataque contra um
centro de treinamento da
Guarda Presidencial Palestina.
Militantes do Hamas lançaram dois morteiros nas redondezas do escritório do presidente palestino e abriram fogo
contra sua casa. Ele não estava
em nenhum dos dois locais. O
ataque ao escritório deixou cinco seguranças e uma mulher de
45 anos feridos.
Na residência, guardas responderam aos tiros, iniciando
uma batalha que durou cerca
de uma hora. Segundo a agência Reuters, o confronto deixou
15 feridos, incluindo um jornalista francês.
Ainda em Gaza, a Guarda
Presidencial, auxiliada por grupos armados ligados ao Fatah,
invadiu os Ministérios da Agricultura e dos Transportes, ambos chefiados por integrantes
do Hamas, que comanda o gabinete palestino desde a vitória
do grupo nas eleições legislativas de janeiro passado.
O Hamas também acusou o
Fatah de atirar contra o carro
de Mahmoud Zahar, ministro
das Relações Exteriores, do Hamas. Os seguranças do ministro, em resposta ao ataque, desencadearam um longo confronto nas ruas da Cidade de
Gaza. Uma jovem de 19 anos foi
atingida e morreu no hospital.
"O que está acontecendo é
um verdadeiro golpe militar:
assassinatos, atentados, ocupação de ministérios", disse Zahar. Na véspera, ele qualificara
a convocação de eleições antecipadas de "golpe de Estado".
No início da noite, um porta-voz do Fatah informou que um
coronel do Serviço Nacional de
Segurança ligado ao grupo foi
seqüestrado e morto por membros do Hamas.
Eleições sem data
Depois do dia de violências e
trocas de acusações, Ibrahim
Abu Naja, chefe de um comitê
que reúne todos os grupos armados palestinos, anunciou
que o Hamas e o Fatah chegaram a um acordo de cessar-fogo
e interromperam, temporariamente, os conflitos. Mas as
agências de notícias relataram
novos choques depois disso.
Enquanto os confrontos
aconteciam em Gaza, Abbas estava na Cisjordânia, determinado a realizar as eleições "o
mais rápido possível". Ele se
reuniu com integrantes do
Conselho Eleitoral Central para definir a data das eleições,
que estavam previstas para
2008 (presidenciais) e 2009
(legislativas). O chefe do conselho afirmou que serão necessários pelo menos três meses para preparar o pleito.
Ainda ontem, o premiê palestino Ismail Haniyeh, do Hamas, disse que o grupo islâmico
irá boicotar as eleições e acusou
Abbas de inflamar uma situação que já está muito tensa.
"O governo palestino recusa
o convite a eleições antecipadas
porque isso é inconstitucional e
pode causar tensão entre os palestinos", disse Haniyeh.
Com agências internacionais
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