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Sendero reaparece no Peru e mata 8 em emboscada
Guerrilha protege traficantes e cultivo da coca
DA REDAÇÃO
O grupo maoísta peruano
Sendero Luminoso realizou
uma emboscada no último sábado que deixou oito mortos,
cinco deles policiais, em um vale cocaleiro no sudeste do país.
O atentado é considerado
uma resposta do grupo aos planos do governo de erradicar o
cultivo ilegal de folhas de coca
na Amazônia peruana.
O presidente Alan García havia anunciado que, a partir de
janeiro, um plano de "paz e desenvolvimento" para combater
tanto o cultivo ilegal quanto os
remanescentes da guerrilha. O
Sendero teve seu auge nos anos
1980, usando métodos terroristas, mas perdeu força depois da
prisão do seu fundador, Abimael Guzmán, em 1992.
Cerca de 1.500 soldados serão enviados para o vale de
Apurimac, região montanhosa
e de selva, atualmente patrulhada por 700 soldados.
Apesar de derrotados numa
guerra que deixou 70 mil mortos -entre guerrilheiros, agentes do Estado e civis, incluindo
milhares de inocentes-, acredita-se que existam cem senderistas em atividade, e que estejam fornecendo proteção a traficantes de drogas.
"O Sendero deve ter pensado
"virá uma ofensiva agora, é melhor nos adiantarmos a ela", disse à agência France Presse o sociólogo Jaime Antezana.
A emboscada aconteceu em
uma região declarada como zona de emergência e sob controle militar desde 2005. A camionete onde viajavam os policiais
levou mais de cem tiros.
No último ano, 22 policiais
foram assassinados pelo grupo.
Narcotráfico em alta
O Peru é o segundo maior
produtor de folha de coca no
mundo, depois da Colômbia.
Autoridades peruanas temem
que cartéis da droga mexicanos
e colombianos estejam de olho
na selva peruana.
A folha de coca é legal no Peru e é utilizada há séculos pelos
povos andinos para rituais sagrados e medicinais.
A estatal Enaco é a única empresa com permissão para
comprar coca e destiná-la à
produção de chás e alimentos
vendidos legalmente.
A produção anual de coca supera as 100 mil toneladas - a
demanda legal é de apenas
9.000 toneladas. O resto é destinado ao narcotráfico.
Com agências internacionais
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