São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

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Sendero reaparece no Peru e mata 8 em emboscada

Guerrilha protege traficantes e cultivo da coca

DA REDAÇÃO

O grupo maoísta peruano Sendero Luminoso realizou uma emboscada no último sábado que deixou oito mortos, cinco deles policiais, em um vale cocaleiro no sudeste do país.
O atentado é considerado uma resposta do grupo aos planos do governo de erradicar o cultivo ilegal de folhas de coca na Amazônia peruana.
O presidente Alan García havia anunciado que, a partir de janeiro, um plano de "paz e desenvolvimento" para combater tanto o cultivo ilegal quanto os remanescentes da guerrilha. O Sendero teve seu auge nos anos 1980, usando métodos terroristas, mas perdeu força depois da prisão do seu fundador, Abimael Guzmán, em 1992.
Cerca de 1.500 soldados serão enviados para o vale de Apurimac, região montanhosa e de selva, atualmente patrulhada por 700 soldados.
Apesar de derrotados numa guerra que deixou 70 mil mortos -entre guerrilheiros, agentes do Estado e civis, incluindo milhares de inocentes-, acredita-se que existam cem senderistas em atividade, e que estejam fornecendo proteção a traficantes de drogas.
"O Sendero deve ter pensado "virá uma ofensiva agora, é melhor nos adiantarmos a ela", disse à agência France Presse o sociólogo Jaime Antezana.
A emboscada aconteceu em uma região declarada como zona de emergência e sob controle militar desde 2005. A camionete onde viajavam os policiais levou mais de cem tiros.
No último ano, 22 policiais foram assassinados pelo grupo.

Narcotráfico em alta
O Peru é o segundo maior produtor de folha de coca no mundo, depois da Colômbia. Autoridades peruanas temem que cartéis da droga mexicanos e colombianos estejam de olho na selva peruana.
A folha de coca é legal no Peru e é utilizada há séculos pelos povos andinos para rituais sagrados e medicinais.
A estatal Enaco é a única empresa com permissão para comprar coca e destiná-la à produção de chás e alimentos vendidos legalmente.
A produção anual de coca supera as 100 mil toneladas - a demanda legal é de apenas 9.000 toneladas. O resto é destinado ao narcotráfico.


Com agências internacionais

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