DA REDAÇÃO

Em entrevista inédita publicada ontem pelo jornal chileno "La Tercera", o ex-ditador Augusto Pinochet disse que "jamais" ordenou os assassinatos, torturas e violações de direitos humanos cometidos por agentes de seu regime.
A entrevista, feita em 1999 por três ex-colaboradores e uma historiadora, enquanto Pinochet estava preso em Londres pelo desaparecimento de espanhóis durante a ditadura, foi publicada uma semana após sua morte.
"Eu jamais dei uma ordem má. Determinei que nenhum preso fosse castigado. Se falharam, que culpa tenho eu?", afirmou, atribuindo a seus subalternos a responsabilidade pelos mais de 3.000 mortos e desaparecidos durante o seu governo (1973-1990).
"Quando sabia que haviam castigado alguém, mandava à Justiça. Mas não podia fuzilá-los."
O general Manuel Contreras, que dirigia a polícia secreta do regime, também afirmou ontem, da prisão, que Pinochet "nunca mandou matar alguém".


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