Após agressão, premiê pede "linguagem mais moderada" ante a deterioração do clima político na Itália

DA REDAÇÃO

O premiê italiano, Silvo Berlusconi, deixou ontem o hospital, após quatro dias convalescendo de uma agressão no rosto, e fez um chamado ao "diálogo", diante da deterioração do clima político no país.
Em comunicado, o premiê prometeu trabalhar "com mais força e mais determinação que antes" e disse que do episódio ficará a recordação "do ódio de uns poucos e do amor de muitos, muitos italianos".
Berlusconi, 73, foi alvejado com uma minirréplica da catedral de Milão por um homem com histórico de problemas mentais e teve o nariz fraturado e dois dentes quebrados.
O episódio evidenciou a polarização da Itália em torno do político direitista, figura midiática, réu de dois processos judiciais -por fraude fiscal e suborno- e envolvido em escândalos sexuais. Dias antes da agressão, uma marcha de 90 mil pessoas em Roma pedira a renúncia de Berlusconi, que atribui as denúncias contra ele a um complô da esquerda. Na internet, proliferaram comunidades a favor e contra seu agressor, atualmente preso.
Uma pesquisa da emissora estatal RAI indicou que a popularidade de Berlusconi, afetada pelos escândalos, tende a subir após o episódio -que gerou empatia em torno do premiê-, enquanto a oposição pedia a ele que não explorasse a história para obter ganhos políticos.
"Se o caso gerar uma maior consciência da necessidade de uma linguagem mais moderada e honesta na política, então essa dor não será em vão", disse Berlusconi em comunicado, chamando a oposição para "uma nova era de diálogo".
Ontem, ele passou horas no dentista antes de seguir para sua casa, perto de Milão.
O episódio também despertou temores de uma "espiral de ataques" a líderes do governo, que disse estudar o fechamento de sites "que incitem a violência" e alterações nas regras para aglomerações públicas.

Com agências internacionais

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