São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2001

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Jackson tem filha fora do casamento

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder negro norte-americano e ativista de direitos civis Jesse Jackson, 59, revelou ontem que tem uma filha de um ano e oito meses nascida de uma relação extraconjugal. O reverendo da igreja Batista, duas vezes candidato à Presidência dos EUA, pediu perdão por seus atos e disse que pretende se afastar das atividades públicas para reconstruir sua vida.
Jackson, que aconselhou o presidente Bill Clinton depois de seu envolvimento com a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, emitiu um comunicado assumindo a paternidade da menina.
"Sou o pai de uma criança nascida fora de meu casamento. Esta não é hora de evasivas, negações ou álibis. Aceito total responsabilidade e estou profundamente arrependido de minhas ações", diz o comunicado.
Jackson não deu detalhes do relacionamento nem explicou por que decidiu revelar a existência da filha justamente na semana em que lideraria os protestos de ativistas e grupos negros contra o que chamam de "discriminação racial" nas eleições presidenciais de novembro.
Seu porta-voz, Jonh Scalon, disse, no entanto, que o reverendo estava antecipando-se à reportagens da mídia sobre o caso. "Ele está obviamente preocupado com sua família, com essa criança e com a mãe dela", disse Scalon.
Segundo o porta-voz, a mãe da menina trabalhava no escritório do grupo que Jackson preside em Washington, a Coalizão Rainbow, uma organização que luta por mudanças sociais.
No comunicado, Jackson disse que ama a criança e tem lhe dado "apoio emocional e financeiro" desde o nascimento. "Eu sei a importância de crescer em um ambiente acolhedor, protetor e educativo, então decidi dar à minha filha e à mãe dela a privacidade que as duas merecem", declarou o reverendo.
Jackson disse que sua mulher, Jackie, e seus filhos sabem da existência da menina e estão passando por um momento difícil. Ele pediu respeito à privacidade de sua família e que o assunto não seja levado a diante.
"Sem dúvida, muitos amigos e aliados vão ficar decepcionados comigo. Eu lhes peço perdão, compreensão e orações", disse o reverendo.
Jackson deu grande apoio ao presidente Clinton durante o escândalo envolvendo Monica Lewinsky. O reverendo esteve na Casa Branca para rezar pela família Clinton no fim de semana, em agosto de 1998, em que o presidente admitiu o envolvimento sexual com a ex-estagiária em discurso na televisão.
Desde as eleições de novembro, Jackson, que foi assessor do líder negro Martin Luther King, tem feito duras críticas à vitória do republicano George W. Bush, dizendo que a comissão eleitoral da Flórida impediu os negros de votar. Além disso, ele vinha se opondo à aprovação pelo Congresso do nome do ex-senador Jonh Ashcroft para o cargo de secretário da Justiça.



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