DA REDAÇÃO

Um terrorista suicida explodiu uma caminhonete-bomba que levava 450 kg de explosivos diante da entrada da principal base da coalizão comandada pelos EUA, em Bagdá, matando ao menos 25 pessoas e ferindo mais de cem. Foi o maior atentado desde a captura do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, em 13 de dezembro.
Um porta-voz militar americano afirmou que a maior parte das vítimas é iraquiana. Inicialmente, foi informado que dois funcionários do Pentágono estavam entre os mortos. Mais tarde, afirmou-se que a informação era incorreta e que não se sabia a nacionalidade dessas duas vítimas. Entre os feridos há três civis e três soldados americanos.
O atentado foi cometido no portão de entrada do antigo complexo do Palácio Republicano de Saddam, que hoje é a "zona verde" -base onde trabalham as autoridades americanas. Essa entrada foi apelidada pelos soldados dos EUA de "portão dos assassinos" após a queda de Saddam, em abril do ano passado.
O portão, construído há alguns anos, possui um arco parecido com os que existiam em Bagdá no passado para proteger a cidade das invasões persas.
O ataque ocorreu um dia antes da reunião de hoje, nos EUA, envolvendo autoridades do Conselho de Governo Iraquiano, americanas, britânicas e da ONU. No encontro, o administrador dos EUA no Iraque, Paul Bremer, vai pedir ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que a entidade ajude na reconstrução iraquiana.

Condenação
O Conselho de Governo Iraquiano classificou de "monstruoso" o atentado de ontem. Segundo o conselho, o atentado foi cometido por partidários de Saddam ou por integrantes da rede terrorista Al Qaeda.
"Essa é mais uma ação do antigo regime e de seus aliados terroristas de dentro e de fora do país, que não dão valor para coisas sagradas ou para vidas humanas", disse comunicado oficial do Conselho de Governo Iraquiano.
Bremer, que está nos EUA para o encontro de hoje, afirmou que o atentado "é outra indicação da intenção cínica e assassina dos terroristas de minar a liberdade, a democracia e o progresso no Iraque. [Mas] eles não terão sucesso. Mais uma vez, são inocentes iraquianos que foram mortos por esses terroristas em uma violência sem sentido".
"Nossa determinação em trabalhar por um futuro democrático e estável no Iraque não diminuiu", acrescentou o administrador americano no Iraque.
Segundo autoridades americanas, todos os explosivos estavam dentro da caminhonete. Nenhum outro veículo participou do atentado. A ação ocorreu por volta de 8h (horário local), e o local estava movimentado. Domingo é dia útil no Iraque.
Em Tikrit, cidade natal de Saddam, dois iraquianos morreram em uma explosão. Soldados americanos disseram que a bomba seria utilizada pelos iraquianos em ataque contra as forças dos EUA, mas explodiu prematuramente.
Em Kerbala, 13 pessoas ficaram feridas na explosão de uma bomba em um hospital.
Anteontem, foi morto o 500º soldado americano desde a invasão do Iraque, em 20 de março do ano passado.