São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2002

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Crime estimula mercado de tecnologia

DE NOVA YORK

O crescimento dos casos de sequestro na América Latina de executivos, americanos ou não, criou um mercado próprio que só cresce. Primeiro, foi o boom de empresas especializadas em negociação com sequestradores, geralmente criadas por ex-agentes federais do governo americano. Pelo menos cinco delas já contam com escritórios no Brasil.
Agora, a nova onda são os artefatos tecnológicos. O último deles foi anunciado no final do ano passado nos EUA pela Applied Digital Solutions. A empresa de Palm Beach (Flórida) afirmou que fechou acordo com três países sul-americanos para a comercialização de dois de seus principais produtos.
Trata-se do VeriChip, um chip pessoal que é implantado sob a pele da pessoa, e do Digital Angel, uma espécie de GPS individual que envia a localização exata do portador a um satélite. O último é sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global e vem sendo largamente usado em aviões, barcos e automóveis.
Já o chip tem o tamanho de um grão de arroz e é implantando cirurgicamente, com anestesia local, sob a pele do portador. Não deixa marcas e, acionado à distância, emite sinais que podem ser captados por uma frequência especial de rádio. Já vem sendo usado há alguns anos com sucesso na localização de animais domésticos perdidos pelos donos.
Em menos de dois meses, os três países fizeram encomendas do Digital Angel no valor de US$ 300 mil, segundo a empresa.
Embora a ADS não fale quais são os lugares em que está operando, não seria impossível pensar em Brasil, Equador e Colômbia, os campeões em sequestros deste tipo na região segundo o Departamento de Estado dos EUA. (SD)


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