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Damasco e Teerã pregam união anti-EUA
Encontro entre líderes no Irã é marcado por discursos de aliança entre muçulmanos contra o Ocidente
DA REDAÇÃO
Terminou ontem com declarações de cunho pan-islamita o
encontro entre o ditador da Síria, Bashar Assad, e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Essa foi a quinta visita de
Assad a Teerã desde que assumiu o poder, em 2000. Os dois
governos são acusados pelos
EUA de fomentar a violência no
Iraque.
Segundo diplomatas árabes,
o encontro deu-se em clima de
tensão, já que a Síria estaria se
sentido traída pelo Irã, pois os
iranianos e os sauditas estariam unindo esforços para cooperar com a diminuição da violência sectária no Iraque e da
tensão entre muçulmanos e
cristãos no Líbano.
No Iraque, onde a maioria,
xiita, está em conflito com a minoria sunita, os dois países têm
interesses distintos porque o
Irã é o maior país xiita do mundo, enquanto a maioria dos muçulmanos sírios é sunita.
Já no Líbano, os muçulmanos têm apoio da Síria na disputa pelo poder com os cristãos,
pró-Ocidente, e que estão
atualmente no governo. O Hizbollah, milícia xiita que se envolveu no ano passado em conflito militar com Israel, no sul
do Líbano, é financiada não só
por Damasco como por Teerã.
Apesar disso, as declarações
finais pregaram a união entre
os países islâmicos contra a influência ocidental, principalmente dos EUA, na região.
"A criação de uma rusga entre os muçulmanos é a última
arma deles", declarou Assad,
segundo a televisão estatal iraniana. Apesar de não haver determinado a quem se referia
em suas palavras, Assad já havia dito, ainda em Teerã, que os
EUA e Israel tinham "intenções escusas" na região.
Ahmadinejad, afinou seu discurso com o do colega sírio.
Qualificando a visita de Assad
como "proveitosa", Ahmadinejad afirmou que "a atual situação na região, especialmente
no Iraque, na Palestina (sic), no
Líbano e no Afeganistão, fez
duplicar a necessidade de cooperação entre o Irã e a Síria,
principalmente a fim de enfrentar os planos dos inimigos".
"Planos"
Assad esteve também com o
aiatolá Ali Khamenei, clérigo
máximo e líder de fato do Irã.
Segundo a TV estatal iraniana, Khamenei declarou que
Teerã e Damasco devem se unir
para frustrar os "planos" dos
EUA no Oriente Médio. O aiatolá afirmou ainda que os dois
países deveriam apoiar o governo -xiita- do premiê iraquiano Nuri al Maliki e "a vontade
do povo libanês".
Com agências internacionais
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