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"Paras" planejavam controlar a Colômbia
Segundo jornal, líder paramilitar pretendia formar "bancada" para influenciar decisões no Parlamento
DA REDAÇÃO
Documentos em posse da Suprema Corte colombiana revelam que paramilitares tinham
planos para controlar parte do
Estado. A informação foi publicada ontem pelo jornal "El
Tiempo".
De acordo com o periódico da
Colômbia, as investigações sobre as ligações de políticos com
grupos paramilitares revelaram que o membro de um deles, Rodrigo Tovar Pupo, conhecido como Jorge 40, tinha
um projeto para formar sua
própria "bancada" de deputados no Parlamento.
Jorge 40, líder de uma facção
das AUC (Autodefesas Unidas
da Colômbia), "queria ocupar
espaços políticos, expandir sua
área de influência, buscar financiamento e ter voz nas instâncias decisivas da nação", informa o relatório entregue à
Justiça.
Escândalo
No que se tornou um escândalo que está abalando o governo do presidente Álvaro Uribe,
a Suprema Corte está investigando 14 parlamentares por suposto envolvimento com as
AUC. Cinco deles, componentes da base aliada de Uribe, foram presos na semana passada
-entre os detidos está o irmão
da chanceler colombiana, María Consuelo Araújo. Três foram presos em novembro do
ano passado, e um, contra o
qual há um mandado internacional de prisão, está foragido.
Uribe fechou no ano passado
um acordo para a desmobilização das AUC, mas o tratado foi
muito criticado por grupos de
defesa dos direitos humanos,
que acusam o presidente de ter
sido muito benevolente com os
paramilitares.
A crise causada pela investigação dos laços entre políticos
aliados a Uribe e grupos paramilitares chegou ao ponto de a
oposição, junto com alguns setores do governo, pedir, ontem,
a revogação do mandato do
Congresso.
A idéia da oposição é convocar novas eleições legislativas a
fim de expurgar do Parlamento
os membros suspeitos de envolvimento com os grupos paramilitares.
Mas o ministro do Interior e
da Justiça, Carlos Holguín Sardi, descartou a execução da
idéia.
Também ontem, a imprensa
renovou os pedidos para que a
chanceler Araújo renuncie ao
cargo. As pressões por sua renúncia surgiram desde que seu
irmão, que é senador, foi preso,
acusado de envolvimento no
escândalo dos paramilitares.
Mas Uribe tem manifestado
apoio à sua ministra.
Com agências internacionais
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