São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

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"Paras" planejavam controlar a Colômbia

Segundo jornal, líder paramilitar pretendia formar "bancada" para influenciar decisões no Parlamento

DA REDAÇÃO

Documentos em posse da Suprema Corte colombiana revelam que paramilitares tinham planos para controlar parte do Estado. A informação foi publicada ontem pelo jornal "El Tiempo".
De acordo com o periódico da Colômbia, as investigações sobre as ligações de políticos com grupos paramilitares revelaram que o membro de um deles, Rodrigo Tovar Pupo, conhecido como Jorge 40, tinha um projeto para formar sua própria "bancada" de deputados no Parlamento.
Jorge 40, líder de uma facção das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), "queria ocupar espaços políticos, expandir sua área de influência, buscar financiamento e ter voz nas instâncias decisivas da nação", informa o relatório entregue à Justiça.

Escândalo
No que se tornou um escândalo que está abalando o governo do presidente Álvaro Uribe, a Suprema Corte está investigando 14 parlamentares por suposto envolvimento com as AUC. Cinco deles, componentes da base aliada de Uribe, foram presos na semana passada -entre os detidos está o irmão da chanceler colombiana, María Consuelo Araújo. Três foram presos em novembro do ano passado, e um, contra o qual há um mandado internacional de prisão, está foragido.
Uribe fechou no ano passado um acordo para a desmobilização das AUC, mas o tratado foi muito criticado por grupos de defesa dos direitos humanos, que acusam o presidente de ter sido muito benevolente com os paramilitares.
A crise causada pela investigação dos laços entre políticos aliados a Uribe e grupos paramilitares chegou ao ponto de a oposição, junto com alguns setores do governo, pedir, ontem, a revogação do mandato do Congresso.
A idéia da oposição é convocar novas eleições legislativas a fim de expurgar do Parlamento os membros suspeitos de envolvimento com os grupos paramilitares.
Mas o ministro do Interior e da Justiça, Carlos Holguín Sardi, descartou a execução da idéia.
Também ontem, a imprensa renovou os pedidos para que a chanceler Araújo renuncie ao cargo. As pressões por sua renúncia surgiram desde que seu irmão, que é senador, foi preso, acusado de envolvimento no escândalo dos paramilitares. Mas Uribe tem manifestado apoio à sua ministra.


Com agências internacionais


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