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EUA admitem diálogo com palestinos
Decisão de manter contatos com governantes não-afiliados ao Hamas contraria Israel e aproxima os EUA da Europa
Países vão manter sanções econômicas à Autoridade Palestina; criança é morta em ataque no dia seguinte à instalação do novo governo
Abed Omar Qusini/Reuters
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Estudantes palestinas celebram, na Cisjordânia, governo de aliança entre Fatah e Hamas, aprovado anteontem pelo Parlamento |
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos admitiram ontem a intenção de manter contatos com governantes
palestinos que não pertençam
ao Hamas, grupo radical islâmico envolvido em atividades terroristas.
O Hamas formou, junto com
o secular Fatah, um governo de
coalizão palestino aprovado
ontem pelo Parlamento. Governo esse que Israel decidiu
boicotar, afirmando que é impossível estabelecer diálogo a
menos que a coalizão Hamas-Fatah renuncie à violência e admita o direito de Israel existir.
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou
que manterá diálogo apenas
com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas,
do Fatah -e os contatos se limitarão a questões relacionadas "à qualidade de vida da população palestina".
"Israel não quer recomeçar o
processo de paz; precisa reconsiderar sua posição", comentou
o ministro palestino do Planejamento, Samir Eisha.
EUA e Israel concordaram
em manter as sanções econômicas impostas pelo Quarteto
(EUA, Rússia, União Européia
e ONU) e por Israel desde que o
Hamas ganhou as eleições legislativas de março do ano passado. Um dos objetivos do governo de coalizão é pôr fim às
sanções econômicas e extinguir os conflitos entre partidários do Fatah e do Hamas.
A porta-voz do consulado dos
EUA em Jerusalém, Micaela
Schweitzer-Bluhm, afirmou
que os Estados Unidos manterão as sanções até que o governo palestino reconheça Israel e
renuncie à violência. "Nós continuaremos com a nossa política de não manter contatos com
membros de organizações terroristas", afirmou.
Não obstante o consulado
afirmou que contatos com os
membros do Fatah que fazem
parte do governo palestino serão analisados caso a caso e podem ser autorizados por Washington.
A decisão dos EUA de flexibilizar as relações diplomáticas
com o governo palestino aproxima o país do Reino Unido, da
França e de outros europeus
que aceitaram manter relações
com governantes que não estejam ligados ao Hamas.
Violência
Ontem, uma criança palestina de oito anos morreu após ter
sido atingida por disparos feitos por milicianos armados na
Faixa de Gaza. É a primeira vítima fatal desde que o novo governo foi estabelecido. Outras
duas mulheres e um adolescente ficaram feridos no mesmo tiroteio.
Com agências internacionais
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