São Paulo, sábado, 19 de março de 2011

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Protestos no Iêmen deixam 40 mortos

Manifestantes exigem a renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh, que decreta estado de exceção por 30 dias

Ação de atiradores de elite deixa mais de 200 feridos; União Europeia, EUA e ONU condenam uso de força pelo país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Atiradores de elite mataram ao menos 40 pessoas e deixaram mais de 200 feridos ontem em uma manifestação na Universidade de Sanaa, capital do Iêmen. Classificada pela oposição como um "massacre", a ação foi condenada pelos EUA, ONU e União Europeia, que exigiram o fim da violência.
Pouco após o término das orações de sexta-feira -tradicionais no islã- dezenas de milhares se reuniram no maior protesto no país desde o início da crise para reivindicar a renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh, há 32 anos no poder.
Em resposta aos tumultos, Saleh pediu "desculpas" pelas mortes e decretou o estado de exceção por 30 dias.
Testemunhas, médicos e correspondentes da rede de TV Al Jazeera relataram que muitas das vítimas, incluindo crianças, foram atingidas na cabeça e pescoço enquanto tentavam escapar, e que a polícia isolou pontos da região com pneus, dificultando a rota de fuga.
O governo reconheceu apenas 25 mortos na ação e disse que a polícia não estava envolvida. Mas os manifestantes, que prenderam dez atiradores, disseram que muitos portavam cartões de identificação das forças de segurança.
Em protesto ao ditador, o ministro do Turismo, Nabil Hasan al Faqih, renunciou ao cargo e abandonou o partido governista.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o Iêmen não tem outra opção senão o diálogo para "abordar a crise política e manter a unidade nacional".
Embora tenham no país um forte aliado contra o terrorismo, usando-o como base para intensas operações de um braço da Al Qaeda, os EUA criticaram a repressão.
O presidente Barack Obama disse que o governo deve permitir um "processo aberto e transparente", que contemple as demandas do povo.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, se disse "alarmada" pela matança.
A chefe de diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, se mostrou "chocada", e a França rejeitou a ação, classificando-a como um "ataque mortal".


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