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Carmona pede perdão por "erros"
DO ENVIADO ESPECIAL A CARACAS
Presidente mais efêmero da história venezuelana, o líder empresarial Pedro Carmona pediu ontem perdão por erros que teria cometido durante a tentativa frustrada de derrubar Hugo Chávez.
"Se cometi algum erro, peço
desculpas ao povo venezuelano.
Não sou nenhum golpista, nunca
quis ser um Pinochet", afirmou,
referindo-se ao general Augusto
Pinochet, que tomou o poder no
Chile em 1973 por meio de um
golpe patrocinado pelos EUA.
Carmona reconhece ter errado
ao concluir, na noite de quinta-feira da semana passada, que
Chávez renunciara sem antes ter
visto uma carta de renúncia assinada pelo presidente. "Satisfiz-me com o anúncio do inspetor-geral das Forças Armadas, general Lucas Rincón, de que ele havia
renunciado. Foi um erro."
Essa declaração afina-se com a
estratégia sugerida a ele por seus
advogados. O empresário está em
prisão domiciliar e é réu num
processo criminal por liderar um
golpe de Estado. Segundo seus
advogados, Carmona não quis
derrubar Chávez, mas achou que
ele já houvera renunciado e que
havia um vácuo de poder. O líder
empresarial também negou que
tenha servido de "marionete" de
grupos privados, embora não negue que um dos donos da empresa Venoco, da qual Carmona foi
executivo, participou da escolha
de seus ministros provisórios.
Outros golpistas também tentaram defender-se ontem. O general Néstor González, ex-comandante da Escola Militar do Exército e um dos apoiadores do golpe,
declarou que Chávez concordara
em renunciar antes de se entregar
às autoridades desde que o deixassem partir com a família para
Cuba. A renúncia não teria sido
aceita acharam que não seria uma
boa idéia deixar Chávez, pois o
presidente deveria ser processado
pela repressão a uma manifestação contra o governo.
Chávez e seus partidários sustentam que "conspiradores" provocaram as mortes para culpar Chávez e derrubar o governo.
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