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Carter sugere a Hamas trégua com Israel
Acordo incluiria troca de prisioneiros e fim dos ataques; grupo responderá à oferta "nos próximos dias"
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-presidente americano
(1977-81) e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Jimmy Carter reuniu-se ontem em Damasco, Síria, com o líder exilado do grupo palestino Hamas,
Khaled Meshaal, a quem sugeriu um cessar-fogo com Israel.
O encontro foi um desafio às
políticas da Casa Branca e de
Israel, que defendem o isolamento da organização, por classificarem-na como terrorista.
Durante as mais de quatro
horas de reunião na representação local do Hamas, Carter e
Meshaal discutiram sobre a
possibilidade de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que
incluiria a libertação de prisioneiros dos dois lados.
Carter transmitiu a Meshaal
-o líder de maior influência sobre o grupo- a proposta de um
ministro israelense de negociar
a libertação do soldado Gilad
Shalit, capturado por radicais
palestinos em Gaza há dois
anos, em troca da soltura de palestinos presos por Israel.
À frente do Ministério do Comércio, uma das pastas na cota
do partido religioso Shas dentro da coalizão que governa Israel, Eli Yishai detalhou a proposta em encontro com Carter
no último fim de semana, quando o ex-presidente americano
iniciou por Israel um giro pelo
Oriente Médio.
Yishai foi o único ministro a
receber Carter em sua passagem por Israel. O governo israelense está irritado com a posição do ex-presidente americano, que defende abertamente
a inclusão do Hamas e do libanês Hizbollah, também considerado terrorista por Israel e
EUA, em conversas de paz.
O Hamas disse que o grupo
está disposto a uma trégua e
prometeu uma resposta sobre
uma possível troca de prisioneiros nos "próximos dias".
Carter também ficou sem
resposta em relação a sua segunda proposta: que o Hamas
cesse o lançamento de mísseis
contra Israel a partir de Gaza.
Carter se reuniu ainda com o
ditador sírio, Bashar Assad, o
que levou a Casa Branca a dizer
que o ex-presidente está sendo
"usado" por Damasco e o encontro o "expunha".
A visita do ex-presidente
americano ocorre sob um conturbado contexto, no qual o domínio do Hamas sobre Gaza é
visto por Israel e EUA como um
entrave às negociações de paz
mediadas pela Casa Branca.
Nas eleições legislativas de
janeiro de 2006, o Hamas conquistou maioria no Parlamento
palestino, mas o rival Fatah, do
presidente Mahmoud Abbas,
nunca permitiu que o governo
liderado pelo grupo islâmico
controlasse as forças de segurança palestinas. Conflitos entre os dois culminaram na tomada de Gaza pelo Hamas, em
junho de 2007, e no conseqüente isolamento do grupo.
Arquiteto do tratado de paz
entre Egito e Israel (1979), Carter diz que só quer "ouvir todos
os envolvidos". Ele visita ainda
Jordânia e Arábia Saudita.
Com agências internacionais
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