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SUSTO
Para polícia federal, artefato atirado na direção do presidente na semana passada era real e não explodiu por falha de funcionamento
Granada ameaçou Bush na Geórgia, diz FBI
NIKO MCHEDLISHVILI
DA REUTERS, EM TBILISI (GEÓRGIA)
O FBI (polícia federal dos EUA)
declarou ontem que uma granada
atirada na direção de George W.
Bush durante sua visita à Geórgia,
na semana passada, constituiu
ameaça real ao líder americano e
só não explodiu porque apresentou problema de funcionamento.
Um representante do FBI na
Embaixada dos EUA em Tbilisi
disse que a granada estava ativa e
caiu a 30 metros de distância de
Bush. "Consideramos o ato uma
ameaça à saúde e ao bem-estar do
presidente dos EUA e à do presidente da Geórgia, além da multidão de georgianos que estavam
presentes", disse o adido legal do
FBI na embaixada, C. Bryan Paarmann. Ele afirmou que foi oferecida uma recompensa por informações que levem à prisão e condenação do responsável. "A granada de mão parece ser um artefato ativo que apenas deixou de
funcionar por um problema em
seu mecanismo de ativação."
Suas declarações contradizem o
que foi dito na ocasião pela polícia
da Geórgia, para a qual a granada
era falsa e teria sido deixada no local para semear o pânico entre as
dezenas de milhares de pessoas
que foram recepcionar Bush.
O porta-voz da Casa Branca,
Scott McClellan, disse que Bush
de maneira nenhuma perdeu
confiança no serviço secreto, encarregado de sua proteção.
Quando o incidente ocorreu, a
Casa Branca declarou que Bush
não chegou a correr perigo. "O
serviço secreto não considerou
que ele tivesse corrido perigo naquele momento. Desde então, recebemos maiores informações",
disse McClellan.
Recepção calorosa
A granada foi atirada no momento em que Bush e o presidente Mikhail Saakashvili, da Geórgia, estavam discursando. Bush
teve uma recepção calorosa quando saudou o país, que pertencia à
URSS, como "farol da liberdade".
A multidão reunida na praça da
Liberdade foi a maior desde que
os partidários de Saakashvili fizeram a chamada "revolução rosa",
que o levou ao poder em 2003.
Os jornalistas observaram que a
multidão era tão grande que superou a capacidade dos detectores de metal montados na praça.
Um escudo à prova de balas foi
erguido em torno de parte do palanque, com uma abertura grande
diretamente em frente ao microfone. Como todo o Cáucaso, a
Geórgia vive em estado de turbulência desde a queda do comunismo. Numa entrevista concedida
naquele dia, Bush disse que
apoiava os esforços do país para
conquistar de volta duas regiões
rebeldes favoráveis a Moscou, a
Ossétia do Sul e a Abkházia.
Autoridades georgianas disseram que a granada havia atingido
uma pessoa que estava no local e
caído no chão, mas não tinham
pistas sobre quem a pudesse tê-la
atirado. O porta-voz do Ministério do Interior, Guram Donadze,
declarou: "A granada bateu na cabeça de uma menina. Outros detalhes estão sendo investigados".
Paarmann disse que a granada
estava embrulhada num lenço de
cor escura. Ele pediu que possíveis testemunhas se apresentem
para contar o que viram. Uma recompensa de 20 mil laris -aproximadamente US$ 11 mil- está
sendo oferecida por informações
"que levem à prisão e à condenação desse indivíduo".
A Geórgia faz fronteira com a
Tchetchênia e já chamou a atenção mundial por estar na rota de
um grande oleoduto, financiado
em parte pelos EUA, que liga os
poços petrolíferos do mar Cáspio
aos mercados mundiais.
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