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análise
Armamentos são mais letais e mais precisos
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Líbano e o norte de Israel estão sendo alvo de uma
versão atual, e descendente
direta, da "guerra das cidades" travada por Irã e Iraque
entre 1980 e 1988. Assim como naquela época, os dois lados agora usam foguetes e
mísseis para se bombardearem mutuamente.
O grupo terrorista, ou
"não-governamental", Hizbollah usa foguetes e mísseis
de fabricação iraniana, cujo
desenvolvimento teve origem justamente nessa guerra com o Iraque do ditador
Saddam Hussein nos anos 80
passados.
Um foguete é basicamente
um cilindro com um combustível na base e uma ogiva
explosiva na ponta. Os gases
da combustão impelem o artefato na direção para o qual
este foi apontado.
Não é muito diferente de
um rojão de festa junina. O
mesmíssimo princípio era
usado pelos foguetes de
guerra chineses mil anos
atrás. Só a precisão e a letalidade é que mudaram.
Guiagem
Já um míssil é um foguete
com alguma forma de guiagem que permite o controle
do seu vôo até o alvo.
O Hizbollah tem lançado
foguetes contra alvos civis
em Israel e pelo menos um
míssil guiado por radar foi
lançado contra uma corveta
israelense da classe Saar-5.
O Irã era até 1979 freguês
da tecnologia militar ocidental. Com a Revolução Islâmica, a fonte secou.
Durante a guerra com o
Iraque, os iranianos começaram a desenvolver a indústria bélica em busca de auto-suficiência, com apoio de outros países "pária" -ou do
"eixo do mal", na visão norte-americana sob George W.
Bush-, como Síria e Coréia
do Norte. Em uma recente
exposição de material bélico
no Rio de Janeiro, o estande
iraniano impressionava pela
variedade de produtos.
Vulnerabilidade
Boa ajuda veio também da
China, país que vende armas
sem freios ideológicos; basta
pagarem bem.
O míssil que atingiu a corveta israelense seria um moderníssimo C-802, equivalente chinês do míssil antinativo americano Harpoon
que ela própria carrega.
Baseado em ataques de
mísseis anteriores, a corveta
teve quiçá um minuto, provavelmente menos, para detectar e tentar abater o C-802 dos libaneses.
Pode não ter conseguido
por falha de equipamento, ou
por complacência da tripulação, já que a Marinha de Israel tinha histórico de invulnerabilidade nas costas do
Líbano e Síria.
O "vovô" dos foguetes de
bombardeio terrestre é o
Katyusha russo, usado com
efeito devastador na Segunda Guerra Mundial.
O veículo lançador de foguetes russo BM-21 é a versão mais popular -até Israel
usa, já que capturou boa
quantidade durante guerras
anteriores contra os árabes.
Os iranianos produziram
versões aperfeiçoadas dos foguetes, como a série Fajr. Exportaram parte desse equipamento para o Hizbollah.
Bombardeio por foguetes é
guerra convencional, não de
guerrilha. Israel tende a vencer esse combate específico.
Resta saber o resto da guerra.
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