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Indonésia não divulgou alerta de tsunami
Ministro diz que governo foi avisado por dois órgãos antes da tragédia, mas não informou a população
DA REDAÇÃO
O Ministro de Ciência e Tecnologia da Indonésia, Kusmayanto Kadiman, afirmou ontem que o governo recebeu dois
alertas do tsunami ocorrido na
segunda-feira, mas que preferiu não divulgá-los às comunidades ameaçadas.
Kadiman disse que os boletins do Centro de Atenção de
Tsunamis no Pacífico e que a
Agência Meteorológica do Japão alertavam de que um terremoto na região poderiam detonar um tsunami. Os alertas foram enviados 45 minutos antes
do início do fenômeno.
Em entrevista coletiva, ele se
limitou a dizer: "E se o tsunami
não tivesse ocorrido, o que teria
acontecido?".
O tsunami matou pelo menos 341 pessoas e outras 229
ainda estão desaparecidas. Cerca de 54 mil pessoas tiveram de
deixar suas casas.
As ondas gigantes que atingiram a costa meridional da ilha
de Java arrastaram carros e
barcos e derrubaram hotéis e
restaurantes, em uma área turística e densamente povoada.
De qualquer forma, o governo não possui um sistema de
envio de mensagens de texto
por celulares, nem com uma rede de alto-falantes na praia,
fundamentais para uma retirada emergencial.
A Indonésia foi o país mais
afetado pelo tsunami de dezembro de 2004, com pelo menos 170 mil mortos, e o desastre
de segunda-feira mostrou o
quão despreparado o arquipélago continua.
Alerta natural
Respondendo às críticas pela
falta de alerta, o vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla, disse
que não houve necessidade
porque muitas pessoas fugiram
para o interior da ilha ao sentir
o tremor. "As pessoas correram
para as colinas, temendo um
tsunami. Tivemos uma espécie
de alarme imediato natural".
Diversos turistas ouvidos
disseram que, ao contrário,
quem estava na praia não sentiu os tremores, e não perceberam o retrocesso do mar - um
dos sinais prévios típicos -
porque as ondas já estavam
bem baixas e o efeito não foi
muito pronunciado.
O tremor aconteceu às 15h19,
e o Centro de Atenção de Tsunamis do Pacífico divulgou um
alerta 17 minutos depois, dizendo que um tsunami era possível. A primeira das grandes
ondas a atingir a costa meridional da ilha de Java chegou às
16h15.
Com ajuda internacional, a
Indonésia começou a instalar
um sistema de alarmes imediatos na ilha de Sumatra, a mais
afetada em 200. O projeto prevê que as 18 mil ilhas que compõem o país estarão dentro do
sistema até 2009.
Nem todos os países que sofreram com o tsunami se encontram tão despreparados. A
Tailândia, um dos destino turísticos mais importantes da
Ásia, instalou torres em praias
de sua costa meridional, com
sirenes para poder lançar alertas em vários idiomas para evacuação dos banhistas.
Na Malásia, sistemas foram
instalados nas comunidades litorâneas para transmitir alertas de tsunami pela televisão,
rádio e por mensagens de texto
pelos celulares.
Com agências internacionais
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