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Arizona tem milícia com inspiração neonazista
Grupo armado patrulha no deserto, na fronteira entre os EUA e o México
Líder é ex-militar ligado a organização para a qual americanos devem ser não judeus, brancos e heterossexuais
DA ASSOCIATED PRESS
DE WASHINGTON
As autoridades do Arizona
estão preocupadas com a
atuação de uma milícia de
inspiração neonazista, na
fronteira com o México.
O grupo anda armado e é
liderado por Jason Ready, 37,
um ex-fuzileiro que decretou
guerra ao "narcoterrorismo".
Ele diz que, ao lado dos companheiros, já flagrou pessoas
tentando entrar no país clandestinamente e que todas foram entregues à polícia.
O alvo das preocupações,
porém, é a identificação entre o grupo de Ready e uma
organização chamada Movimento Nacional-Socialista
para a qual apenas pessoas
não judias, brancas e heterossexuais podem ser cidadãos americanos. Aqueles
que não se encaixam, defende, devem deixar o país "pacífica ou forçosamente".
Desde que o Arizona aprovou, em abril, uma polêmica
lei anti-imigração que dá à
polícia direito de questionar
o status migratório de qualquer pessoa mediante "suspeita razoável", receberam
destaque as patrulhas civis
surgidas nos últimos anos.
No geral, essas patrulhas
não causam problema às autoridades. Os seguidores de
Ready, entretanto, chamam
atenção por andarem fardados e com máscaras de gás,
além de fuzis. Ready nega ser
neonazista, mas admite ligação a ideais discriminatórios.
"Não só não os convido
[para patrulhar] como preferiria que eles não viessem",
diz o delegado Paul Babeu,
responsável pela área em
que o grupo de Ready atua.
MASSACHUSETTS
Em meio a temores sobre o
aumento do sentimento anti-imigrante em Massachusetts,
o governador do Estado, Deval Patrick, que tenta a reeleição, organizou ontem um encontro com as comunidades
brasileira e latina locais.
Patrick concorre com um
republicano, Charles Baker,
e um independente, Timothy
Cahill, que querem aumentar
as restrições a imigrantes.
Mas Patrick também enfrenta problemas com a comunidade imigrante, que acusa de
falta de empenho em defesa
dos indocumentados.
A tensão no Estado surgiu
quando o Senado local aprovou lei que criava uma linha
telefônica 24 horas para denúncias contra imigrantes. A
medida acabou abandonada
após diálogo com a Câmara.
"O governador reconheceu a situação de preconceito
contra imigrantes, mas só sugeriu recursos que já são usados pela comunidade", disse
a americana Lydia Edwards,
do Centro do Imigrante Brasileiro de Boston. "Gostaríamos de ter visto uma condenação mais dura."
O governador teve de enfrentar o desapontamento da
comunidade também quanto
a uma demanda antiga: a da
carteira de motorista para indocumentados.
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