São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 2011

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Ditador manda assessor agradecer ao Brasil

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

O ditador sírio, Bashar Assad, enviou ao Brasil seu vice-chanceler, Fayssal Mekdad, para agradecer o apoio dado pelo governo a seu país no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
O número dois da diplomacia síria se reuniu ontem com o secretário-geral do Itamaraty, Ruy Nogueira, e tem encontro previsto para hoje com o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
O Brasil, que é membro não permanente do Conselho até o fim deste ano, tem defendido em Nova York que seja adotada apenas uma declaração de repúdio à violência na Síria -manifestação mais branda que uma resolução- e que esta última não chegue sequer a ser votada, como querem França, Reino Unido e Estados Unidos.
Segundo a diplomacia brasileira, atitude semelhante têm Índia e África do Sul, que integram o grupo Ibas com o Brasil.
A declaração seria uma opção intermediária, entre o que quer o grupo das potências do Ocidente, e o outro formado por Rússia e China, que desaprovam o rumo que a resolução 1.973 contra a Líbia tomou -dando espaço a uma intervenção militar.
Para os dois países, que têm direito a veto, uma resolução contra a Síria não deve ser sequer considerada.
O problema é que até a declaração presidencial é considerada forte demais pelos países árabes, em especial o Líbano, que também integra o Conselho de Segurança.
Nem a Liga Árabe, que apoiou a primeira resolução contra a Líbia, aprova uma declaração como a defendida pelo Brasil. Isso acabou freando o ímpeto do Brasil de chegar a uma solução.

VIOLÊNCIA
Diante do impasse em relação ao Conselho, o governo brasileiro tem se articulado, em Damasco, com os outros dois países do Ibas para condenar a violência da repressão perante as autoridades sírias.
Ativistas de direitos humanos afirmam que as forças do governo já mataram mais de 1.400 civis, enquanto outros milhares foram presos.
Mekdad veio de Damasco exclusivamente para uma visita ao Brasil e deve ir embora hoje, sem passar por outros países da região.


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