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IGREJA
Umberto Bossi é 'anão que pensa ser gigante', afirma jornal
Vaticano rebate ataque ao papa
de líder separatista da Itália
das agências internacionais
O jornal "L'Osservatore Romano", do Vaticano, criticou ontem
o líder separatista italiano Umberto Bossi por seus ataques ao papa
João Paulo 2º.
O diário afirma não surpreender
a "ignorância histórica e a atitude
vulgar" de Bossi, incapaz de respeitar um "verdadeiro gigante da
história contemporânea". "(Bossi) é um anão que pensa ser um gigante", disse o jornal.
O líder da Liga Norte afirmara
que o "papa polaco" (João Paulo
2º nasceu na Polônia) havia desviado a Igreja Católica do "poder
espiritual para o temporal".
O separatista, que defende a formação da República da Padania
(reunindo territórios do norte da
Itália), já havia criticado a igreja
em outras ocasiões. O Vaticano
defende a manutenção da unidade
do Estado italiano.
Bossi também foi atacado pela
oposição e pelo governo.
Dario Franceschini, porta-voz
do Partido Popular (um dos que
formam a base governista), propôs
formar uma aliança contra a Liga
Norte. "Devemos juntar nossas
energias para o benefício dos italianos do norte", afirmou.
"As palavras de Bossi são fruto
de neurose. Ele precisa de um psiquiatra", disse Rocco Buttiglione,
líder dos democratas-cristãos,
oposicionista.
As palavras de Bossi podem prejudicar a aliança que vinha sendo
articulada entre seu partido e a
oposição para apresentar um candidato único à Prefeitura de Veneza, norte da Itália.
Jovens católicos
Enquanto na Itália católicos se
enfrentam com o líder separatista,
a França se prepara para acolher a
12ª edição das Jornadas Mundiais
da Juventude, que começam oficialmente hoje em Paris sob a marca da polêmica em torno do esvaziamento do evento.
O evento existe desde 1985 e foi
criado pelo papa João Paulo 2º
com o objetivo de aproximar a
Igreja Católica dos jovens.
Até ontem, havia cerca de 300
mil inscritos de 140 países.
O número é considerado pequeno em relação à edição anterior.
Em 95, as jornadas reuniram cerca
de 4 milhões de jovens em Manila,
nas Filipinas.
O ponto alto do evento será a
presença do papa João Paulo 2º,
que chega quinta-feira a Paris. Ele
fica na cidade até domingo.
A agenda do papa inclui uma
beatificação, o batismo de dez jovens de cinco continentes no sábado e uma missa campal no hipódromo de Longchamps.
"É difícil avaliar o sucesso ou o
fracasso de um evento antes que
ele tenha acontecido", disse
Jean-Michel di Falco, porta-voz
das Jornadas Mundiais da Juventude durante a entrevista coletiva
de apresentação do evento.
O arcebispo de Paris, Jean-Marie
Lustiger, afirmou que o número de
jovens franceses inscritos havia
dobrado desde anteontem, sem
precisar o número total.
Os organizadores estimam que
haja 100 mil franceses inscritos. Os
brasileiros são cerca de 3.000.
Colaborou MARTA AVANCINI, de Paris
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