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Likud rejeita aliança com trabalhistas
DA REDAÇÃO
O premiê de Israel, Ariel Sharon, sofreu um duro revés ontem
no seu objetivo de levar adiante a
retirada dos assentamentos judaicos da faixa de Gaza ao ser derrotado em uma votação de seu partido, o Likud.
Em convenção realizada ontem,
em Tel Aviv, a maioria dos delegados do Likud votou a favor de
resolução apresentada pela linha-dura do partido, que proíbe que o
Partido Trabalhista passe a integrar o governo. Foram 843 votos a
favor e 612 contra.
Os trabalhistas são necessários
para que Sharon tenha maioria no
Knesset (Parlamento de Israel)
para aprovar a retirada dos assentamentos da faixa de Gaza.
Seu projeto, porém, não é
apoiado pela ala mais à direita de
seu partido, comandada pelo ministro sem pasta Uzi Landau, pelo
chanceler Silvam Shalom e pelo
ministro das Finanças, Binyamin
Netanyahu -principal rival do
premiê dentro do Likud.
Apesar da derrota, Sharon deu
indicações antes da votação de
que pretende seguir adiante com
o plano de retirada de Gaza, visto
por ele como necessário para reduzir o atrito com os palestinos.
Há a possibilidade inclusive de
que o premiê dissolva o seu governo para a convocação de novas
eleições parlamentares.
A derrota na votação de ontem
foi a segunda de Sharon este ano
dentro de seu partido. Em maio, a
maioria dos integrantes do Likud
rejeitou a proposta de Sharon para a saída de Gaza e de quatro assentamentos na Cisjordânia.
O premiê ignorou o resultado e
em junho levou o projeto para
aprovação no gabinete. Conseguiu que o plano fosse aprovado
"em princípio". Porém teve de demitir ministros de partidos de extrema-direita que se opõem à retirada. Isso lhe custou a maioria no
Parlamento e o levou às negociações com os trabalhistas.
Sharon sabe que a maioria dos
israelenses, segundo pesquisas,
apóia a retirada dos assentamentos de Gaza. O plano também
conta com a simpatia dos EUA, da
ONU, da União Européia e não
sofre oposição da Autoridade Nacional Palestina. Cerca de 8.000
colonos judeus vivem na faixa de
Gaza, território ocupado por Israel na guerra de 1967.
Antes da votação, em discurso
para os delegados, Sharon afirmou que quem votasse a favor da
resolução estaria votando contra
a coalizão. "Há momentos nos
quais temos que tomar decisões
difíceis", disse Sharon.
Ataque aéreo
Helicópteros de Israel lançaram
mísseis contra um prédio em Gaza onde supostamente eram fabricadas bombas para atentados
terroristas. Não houve vítimas.
Com agências internacionais
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