São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

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Likud rejeita aliança com trabalhistas

DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ariel Sharon, sofreu um duro revés ontem no seu objetivo de levar adiante a retirada dos assentamentos judaicos da faixa de Gaza ao ser derrotado em uma votação de seu partido, o Likud.
Em convenção realizada ontem, em Tel Aviv, a maioria dos delegados do Likud votou a favor de resolução apresentada pela linha-dura do partido, que proíbe que o Partido Trabalhista passe a integrar o governo. Foram 843 votos a favor e 612 contra.
Os trabalhistas são necessários para que Sharon tenha maioria no Knesset (Parlamento de Israel) para aprovar a retirada dos assentamentos da faixa de Gaza.
Seu projeto, porém, não é apoiado pela ala mais à direita de seu partido, comandada pelo ministro sem pasta Uzi Landau, pelo chanceler Silvam Shalom e pelo ministro das Finanças, Binyamin Netanyahu -principal rival do premiê dentro do Likud.
Apesar da derrota, Sharon deu indicações antes da votação de que pretende seguir adiante com o plano de retirada de Gaza, visto por ele como necessário para reduzir o atrito com os palestinos.
Há a possibilidade inclusive de que o premiê dissolva o seu governo para a convocação de novas eleições parlamentares.
A derrota na votação de ontem foi a segunda de Sharon este ano dentro de seu partido. Em maio, a maioria dos integrantes do Likud rejeitou a proposta de Sharon para a saída de Gaza e de quatro assentamentos na Cisjordânia.
O premiê ignorou o resultado e em junho levou o projeto para aprovação no gabinete. Conseguiu que o plano fosse aprovado "em princípio". Porém teve de demitir ministros de partidos de extrema-direita que se opõem à retirada. Isso lhe custou a maioria no Parlamento e o levou às negociações com os trabalhistas.
Sharon sabe que a maioria dos israelenses, segundo pesquisas, apóia a retirada dos assentamentos de Gaza. O plano também conta com a simpatia dos EUA, da ONU, da União Européia e não sofre oposição da Autoridade Nacional Palestina. Cerca de 8.000 colonos judeus vivem na faixa de Gaza, território ocupado por Israel na guerra de 1967.
Antes da votação, em discurso para os delegados, Sharon afirmou que quem votasse a favor da resolução estaria votando contra a coalizão. "Há momentos nos quais temos que tomar decisões difíceis", disse Sharon.

Ataque aéreo
Helicópteros de Israel lançaram mísseis contra um prédio em Gaza onde supostamente eram fabricadas bombas para atentados terroristas. Não houve vítimas.


Com agências internacionais


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