São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Homem-bomba se explode e deixa uma vítima; israelense é alvejado e Israel mata palestino na Cisjordânia

Após 6 semanas sem ataques, 2 israelenses são mortos

DA REDAÇÃO

Após seis semanas sem atentados, ontem um homem-bomba se explodiu no norte de Israel, matando um policial israelense. Horas antes, em outra ação, um atirador palestino disparou contra um carro, matando um israelense perto de Jenin (Cisjordânia).
Ainda ontem, dois palestinos foram mortos. Um deles foi morto por tropas israelenses na vila de Tamoun (Cisjordânia). Na mesma região, foi morto um palestino por outros palestinos que o acusavam de colaborar com Israel.
O suicida palestino se explodiu perto de um ponto de ônibus na cidade de Umm al Fahm, a apenas 2 km da fronteira entre Israel e a Cisjordânia. Acredita-se que ele quisesse embarcar em um ônibus, mas o artefato preso a seu corpo explodiu antes, atingindo uma viatura da polícia israelense.
A região foi cenário de vários atentados justamente por sua proximidade com a Cisjordânia. Em alguns dos recentes atentados contra ônibus israelenses, os terroristas embarcaram nesse ponto. Desse local também é fácil chegar a cidades do norte de Israel, como Hadera, palco de vários ataques.
O último ataque de extremistas palestinos contra israelenses havia acontecido no dia 4 de agosto.
A redução no número de atentados é atribuída pelo governo de Israel a uma ampla operação do Exército israelense nas principais cidades da Cisjordânia. Os militares de Israel assumiram o controle de praticamente todas as grandes cidades, implementando toque de recolher e realizando duras fiscalizações.
Os palestinos afirmam que essas medidas aumentam o sofrimento da população e que, se a situação continuar do mesmo modo, certamente no futuro haverá outros atentados.
Nenhum grupo assumiu o atentado de ontem. Porém integrantes do grupo extremista islâmico Hamas deram declarações saudando o ataque na faixa de Gaza.
Já o ataque em Jenin, que matou um motorista israelense que passava por uma estrada que levava a um assentamento, foi assumido pelas Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah (grupo político de Iasser Arafat).
Ainda ontem, foi encontrado o corpo de um colono judeu no norte da Cisjordânia. Acredita-se que ele tenha sido morto por militantes palestinos, mas não se sabe quando.
Em outro incidente, autoridades das Nações Unidas tiveram de procurar abrigo para não serem vítimas de disparos das forças israelenses no campo de refugiados de Rafah, na faixa de Gaza. Ninguém ficou ferido.
Ao menos 1.543 palestinos e 593 israelenses morreram na Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), iniciada em setembro de 2000.

Hebron
Uma bomba colocada anteontem em um jardim-de-infância em Hebron (Cisjordânia) aumentou a desconfiança de que grupos extremistas judeus realizem ataques. Apesar de não haver provas, o Shin Bet (serviço de segurança interna de Israel) suspeita de que extremistas judeus ou então colonos estejam por trás do atentado que feriu cinco crianças palestinas.
O governo de Israel e a ANP (Autoridade Nacional Palestina) rejeitaram a proposta de paz feita pelo denominado quarteto, composto pela ONU, pelos EUA, pela União Européia e pela Rússia.


Com agências internacionais


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