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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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DIPLOMACIA

Brasil espera gesto positivo; encontro pode acontecer na região Norte

Reunião com ONU depende das Farc, diz assessor de Lula

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A principal pendência para o encontro, no Brasil, entre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e a ONU é a indefinição do próprio grupo guerrilheiro terrorista sobre o assunto.
A opinião é do assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia. "As Farc é que precisam dizer se querem ou não [a reunião]", disse Garcia.
Garcia disse também que "seria bom que as Farc chegassem com uma atitude positiva" à reunião. Segundo a Folha apurou, os negociadores do encontro pressionam as Farc a anunciar a liberação de reféns em seu poder. Com isso, seria dado um sinal de boa vontade para o diálogo.
O governo brasileiro tem tratado o assunto com grande reserva e cuidado. A principal preocupação do Itamaraty é evitar que haja uma interpretação de que o Brasil esteja intervindo em assuntos internos da Colômbia. Ou ainda que esteja tomando partido das Farc, grupo considerado terrorista pelos EUA e que, pela origem de esquerda, possui alguma identificação com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva.
O chanceler Celso Amorim repetiu ontem que "o Brasil analisará favoravelmente um pedido para sediar a reunião, sempre que solicitado pelo governo colombiano e pela ONU".
Amorim e Garcia também afirmaram, em ocasiões diferentes, que o Brasil não pretende servir de mediador entre as negociações. O papel do país seria apenas de oferecer o seu território para as negociações e se responsabilizar pela segurança e pela logística.
Em julho, o porta-voz das Farc Raúl Reyes enviou ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, uma proposta de negociações de paz. Annan respondeu positivamente e sondou o Brasil sobre a possibilidade de sediar o encontro.
O ministro da Defesa, José Viegas, disse ontem que, se a reunião de fato acontecer, deverá ser realizada na região Norte.


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