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IRAQUE OCUPADO
Ministro afirma ser "altamente improvável" mandar soldados
Brasil descarta pedido dos EUA para enviar tropas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Defesa, José Viegas, confirmou ontem que os Estados Unidos sondaram o Brasil
sobre a possibilidade do envio de
soldados brasileiros para o Iraque. O ministro respondeu aos
norte-americanos que "seria altamente improvável" o país mandar soldados para a região.
"Recebi uma sondagem indireta", afirmou Viegas, após participar de solenidade no Itamaraty.
Militares do Pentágono (comando militar dos EUA) teriam procurado Viegas no seu gabinete para saber qual seria a reação brasileira ao pedido. Ele não detalhou
quando isso ocorreu.
No começo da semana, o jornal
norte-americano "USA Today"
havia divulgado essa informação,
e tanto o Ministério das Relações
Exteriores quanto o Palácio do
Planalto a negaram inicialmente.
Segundo o ministro, seria improvável o Brasil enviar soldados
para o Iraque "pelas razões que
são de conhecimento da opinião
pública".
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva alinhou-se à França, à Alemanha e à Rússia, entre outros
países, contra a Guerra do Iraque.
Embora o Brasil, ao contrário
das nações acima, não integrasse
o Conselho de Segurança da ONU
nos meses em que a questão iraquiana foi intensamente discutida
no órgão, o governo brasileiro
-antes com o presidente Fernando Henrique Cardoso e depois com Lula- manifestou-se
contra a guerra sem aval da ONU
em várias oportunidades.
Após fracassarem em obter
apoio internacional, os Estados
Unidos e o Reino Unido acabaram invadindo o Iraque sem autorização da ONU. Desde então, o
governo Lula tem criticado a posição americana. Ontem mesmo, o
ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim, voltou ao assunto.
"O papel do Conselho de Segurança na autorização da força é
condição essencial para que intervenções militares -sempre um
recurso extremo- sejam legítimas", disse o ministro, no discurso que proferiu em homenagem
aos formandos da nova turma do
Rio Branco (curso que prepara os
diplomatas brasileiros).
Amorim defendeu novamente a
reforma do Conselho com a inclusão do Brasil como membro permanente. Sobre o Iraque, cobrou
um maior papel da ONU no processo de estabilização e reconstrução do país, assunto que será intensamente debatido no CS nas
próximas semanas.
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