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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Ministro afirma ser "altamente improvável" mandar soldados

Brasil descarta pedido dos EUA para enviar tropas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa, José Viegas, confirmou ontem que os Estados Unidos sondaram o Brasil sobre a possibilidade do envio de soldados brasileiros para o Iraque. O ministro respondeu aos norte-americanos que "seria altamente improvável" o país mandar soldados para a região.
"Recebi uma sondagem indireta", afirmou Viegas, após participar de solenidade no Itamaraty. Militares do Pentágono (comando militar dos EUA) teriam procurado Viegas no seu gabinete para saber qual seria a reação brasileira ao pedido. Ele não detalhou quando isso ocorreu.
No começo da semana, o jornal norte-americano "USA Today" havia divulgado essa informação, e tanto o Ministério das Relações Exteriores quanto o Palácio do Planalto a negaram inicialmente.
Segundo o ministro, seria improvável o Brasil enviar soldados para o Iraque "pelas razões que são de conhecimento da opinião pública".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alinhou-se à França, à Alemanha e à Rússia, entre outros países, contra a Guerra do Iraque.
Embora o Brasil, ao contrário das nações acima, não integrasse o Conselho de Segurança da ONU nos meses em que a questão iraquiana foi intensamente discutida no órgão, o governo brasileiro -antes com o presidente Fernando Henrique Cardoso e depois com Lula- manifestou-se contra a guerra sem aval da ONU em várias oportunidades.
Após fracassarem em obter apoio internacional, os Estados Unidos e o Reino Unido acabaram invadindo o Iraque sem autorização da ONU. Desde então, o governo Lula tem criticado a posição americana. Ontem mesmo, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, voltou ao assunto.
"O papel do Conselho de Segurança na autorização da força é condição essencial para que intervenções militares -sempre um recurso extremo- sejam legítimas", disse o ministro, no discurso que proferiu em homenagem aos formandos da nova turma do Rio Branco (curso que prepara os diplomatas brasileiros).
Amorim defendeu novamente a reforma do Conselho com a inclusão do Brasil como membro permanente. Sobre o Iraque, cobrou um maior papel da ONU no processo de estabilização e reconstrução do país, assunto que será intensamente debatido no CS nas próximas semanas.


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