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França propõe teste de DNA para candidato a um visto de imigrante
Objetivo de lei seria reforçar a triagem de candidatos à reunificação familiar
DA REDAÇÃO
Os deputados franceses começaram a debater ontem um
novo projeto de imigração que
prevê exames de DNA para que
um candidato estrangeiro ao
visto comprove seu parentesco
com um trabalhador imigrante
já residente na França.
A proposta é a mais controvertida no projeto apresentado
à Assembléia Nacional pelo ministro da Imigração, Brice Hortefeux. Ao menos dois integrantes do governo a criticaram abertamente.
Fadela Amara, secretária de
Estado para Questões Urbanas,
disse que a possível exigência
de exame de DNA a faz "sentir-se ofendida na condição de filha de imigrantes". Sua família
veio da Argélia.
O ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner,
afirmou que a exigência "coloca
em situação vergonhosa" os
candidatos à imigração.
A proposta do teste genético
não partiu do governo. Ela foi
sugerida por um dos deputados
da bancada governista, Thierry
Mariani. Mas o ministro Hortefeux a encampou e disse que ela
deveria ser adotada "de modo
voluntário e progressivo".
O presidente Nicolas Sarkozy prometeu durante a campanha presidencial deste ano
estimular a chegada de imigrantes altamente escolarizados, em detrimento daqueles
com pouca qualificação profissional. É da comunidade de estrangeiros com baixa escolaridade que chega o grosso dos pedidos de vistos de imigração para "reagrupamento familiar"
-pais que querem trazer os filhos ou adultos que querem
trazer parentes mais velhos.
Os imigrantes ilegais na
França têm baixa qualificação
profissional. Eles totalizam de
200 mil a 400 mil, segundo estimativas divergentes.
Além de descartar a legalização coletiva desse grupo, Hortefeux disse que o governo pretende expulsar até dezembro
25 mil ilegais.
Aposentadorias especiais
Sarkozy declarou ontem que
sua próxima iniciativa na área
da Previdência seria a reforma
das chamadas "aposentadorias
especiais" -que beneficiam
500 mil dos 27,8 milhões de
trabalhadores locais. São categorias que se aposentam com
menor tempo de contribuição.
Entre elas estão os ferroviários, metroviários parisienses,
funcionários das estatais de gás
e eletricidade, parlamentares e
corpos estáveis da Ópera de Paris e da Comédie Française.
Segundo Sarkozy, o atual sistema "não se sustenta financeiramente, desencoraja o trabalho e não assegura a igualdade
de oportunidades".
O ministro do Trabalho, Xavier Bertrand, abrirá em duas
semanas diálogo com as centrais sindicais para impedir que
o tema, extremamente sensível
na França, seja estopim de greves parecidas com as de 1995,
quando o governo tentou pela
última vez mexer na questão.
O governo quer equiparar as
aposentadorias especiais, concedidas a partir de 37,5 anos de
contribuição, ao chamado regime geral, no qual se cotiza por
40 anos (41 anos a partir de
2012) para compensar o envelhecimento da população. Um
francês vive hoje em média
quase 81 anos.
Com agências internacionais
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